A Renamo, principal partido de oposição moçambicana, rejeitou os resultados proclamados hoje pelo Conselho Constitucional (CC), que dão vitória à Frelimo e ao seu candidato, Filipe Nyusi, insistindo na exigência de um governo de gestão.
"Nós, desde a proclamação dos resultados pela Comissão Nacional de Eleições, dissemos que esses resultados estavam manchados por diversas irregularidades que fazem com que não sejam credíveis. Portanto, a Renamo, de maneira nenhuma, não aceita essas eleições", afirmou o mandatário da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), André Majibire, falando à imprensa, momentos após a validação e proclamação dos resultados das eleições gerais de 15 de Outubro pelo presidente do CC, Hermenegildo Gamito.
De acordo com o mandatário do maior partido de oposição, o presidente eleito "não está em altura de formar o Governo, porque ele não ganhou as eleições e não representa a vontade da maior parte do povo moçambicano".
"Nós temos um modelo que está ser desenhado, a partir de janeiro vai ser apresentado para mostrar como vai funcionar o governo de gestão", declarou André Majibire.
Em declarações domingo à Lusa, o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, afirmou que "validar os resultados quando toda a gente sabe que houve fraude é ofender a população e os partidos políticos. É procurar violência e desobediência".
O Conselho Constitucional (CC) moçambicano proclamou hoje Filipe Nyusi vencedor da eleição presidencial moçambicana de 15 de Outubro e o seu partido, Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), no poder, vencedor das eleições legislativas e provinciais.
Em cerimónia pública realizada no Centro de Conferências Joaquim Chissano, o CC moçambicano proclamou Filipe Nyusi vencedor da eleição presidencial, com 57%, seguido de Afonso Dhlakama, líder da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), principal partido de oposição, com 36,6%, e de Daviz Simango, do MDM (Movimento Democrático de Moçambique), terceiro maior partido, com 6,04%.
Nas legislativas, a Frelimo venceu com 55,68%, elegendo 144 deputados, a Renamo ficou em segundo lugar, com 32,95%, conquistando 89 mandatos, e o MDM ficou em terceiro, com 8,4% de votos, equivalentes a 17 mandatos.
Nas eleições provinciais, dos 811 assentos em disputa, a Frelimo ganhou 485 lugares, a Renamo 294 e o MDM 32 assentos.
Lusa – 30.12.2014