POUCO mais de 30 mil pessoas desabrigadas e carecendo de todo o tipo de apoio estão a ser atendidos em 24 centros de acomodação abertos na Zambézia e Niassa em consequência das cheias associadas às chuvas acima do normal registadas nas regiões Centro e Norte do país.
O período crítico em que as famílias tiveram que buscar pelo refúgio foi a 12 de Janeiro corrente, sobretudo nas bacias do Licungo e do Lúrio, as mais afectadas no conjunto da região. Contudo, a redução das chuvas está a permitir o regresso das pessoas em particular no Niassa.
Dos 24 centros abertos, os quatro estabelecidos em Nicoadala é que albergam o maior número de pessoas num total de 11.729 contra os 7.658 que tinham sido apurados na quarta-feira. Em Mocuba, a região mais afectada pela onda de 12 de Janeiro, estão abertos seis centros de acomodação com um total de 4.226 pessoas.
O distrito de Morrumbala é, no conjunto da província da Zambézia, o que tem mais pessoas necessitadas num total de 5.667, nos três centros criados para atender a situação, enquanto Namacurra com um centro é o que tem menos pessoas.
Contrariamente aos outros anos, Niassa também reportou situações de cheias na bacia do rio Lúrio e seu afluente, o Muanda, que atravessa a vila-sede de Cuamba e o distrito vizinho de Mecanhelas.
Para atender a situação gerada pelas chuvas na região foram abertos nove centros de acomodação em Cuamba com um total de 1208 pessoas e outros três, em Mecanhelas, onde estão alojadas perto de 100 pessoas.
No Niassa foram mobilizados barcos para o resgate de 97 pessoas que se encontravam em situação crítica, algumas das quais empoleiradas nas árvores. Entretanto, o abrandamento das chuvas está a permitir o regresso paulatino das pessoas às suas zonas de origem. Na quarta-feira tinham sido contadas pouco mais de 2000 pessoas nos 12 centros abertos até então.
O abrandamento das chuvas na região, segundo Rita Almeida, porta-voz do Conselho Técnico de Gestão das Calamidades, está a permitir melhor abordar a situação em particular no que se refere ao atendimento das vítimas.
Neste momento, segundo a nossa fonte, a prioridade é a assistência mínima em termos de alimentos e água bem como em termos de abrigo temporário.
Através duma ponte aérea, as áreas afectadas estão a receber novas provisões de alimentos que se vão adicionar as que já tinham sido pré-posicionadas no contexto do plano de contingência. Também estão a ser direccionadas para a região tendas e medicamentos para atender a doenças como malária e diarreias.
Dos sobrevoos realizados desde a passada quarta-feira, segundo Rita Almeida, constata-se que não há pessoas que careçam de ser resgatadas, mas sim de abastecimento em víveres por terem perdido as culturas em campo e estarem sitiadas.
Da Direcçaõ Nacional de Águas recebemos a indicação de que na região Centro do país, na bacia hidrográfica do Licungo, não obstante a redução do volume do escoamento, prevalece o cenário de inundações no baixo Licungo, sobretudo nos distritos de Maganja da Costa e Namacurra. De igual modo, continua interrompida a circulação rodoviária, pela EN1, entre o Centro e o Norte do país.
Na região norte, a bacia do Lúrio continua a registar altos volumes de escoamentos, contudo a tendência é de ligeira redução.
Na região Centro do país, a bacia do Licungo continuará a registar redução gradual do volume de escoamento, face ao abrandamento de chuvas na região. Entretanto, o nível hidrométrico na estação de Mocuba poderá manter-se acima do nível de alerta. Na bacia do Zambeze, espera-se uma descida de níveis hidrométricos, em virtude do abrandamento da precipitação e da redução do escoamento a montante.
NOTÍCIAS – 17.01.2015