Novos voos aguardam jovem tigre na finança internacional
...futuro do empresário deverá passar por Londres
Sete anos depois de ter ascendido à direcção máxima do Banco Comercial e de Investimento (BCI), Celso Correia deixa a liderança daquela instituição bancária nos próximos dias, indicou ao SAVANA fonte bem colocada do banco que actualmente controla uma quota de mercado de 28,20% em depósitos e 28,90% em crédito.
Não são ainda publicamente conhecidas as razões de fundo para a saída de Celso Correia no meio do seu terceiro mandato, mas o SAVANA apurou de uma fonte próxima do empresário que o actual PCA do banco deixa a instituição “por iniciativa própria”.
A mesma fonte afiançou-nos que o facto de Celso Correia ter alcançado os principais objectivos que se propôs no banco, aliado à sua forte exposição política terá pesado para a tomada de decisão.
“O PCA considera que pela sua exposição política, os importantes objectivos operacionais que o banco atingiu, é o momento de sair e dar lugar a uma outra pessoa que é do sector financeiro”, frisou a fonte. Abordado pelo jornal na noite desta quarta-feira, Celso Correia declinou fazer qualquer tipo de comentários sobre o assunto, mas não desmentiu, nem confirmou quando directamente confrontado com a informação sobre a sua saída.
Sucessor
Soubemos que Correia tem carta branca dos accionistas para, nos próximos cinco dias, escolher o seu sucessor. Ninguém fala de nomes. Mas o SAVANA sabe que uma das figuras que está a ser ponderada faz parte do actual governo de Armando Guebuza e teve uma importante passagem pela banca comercial.
Celso Correia chegou ao posto de PCA do banco em 2007 na sequência de o grupo empresarial que dirige, a INSITEC, ter adquirido 18.90% das acções da Holding SCI, um grupo na altura liderado por Magid Osman (que incluía Arnaldo Lopes Pereira e o jurista Abdul Carimo).
Nos últimos dois anos sob a direcção de Correia, o BCI registou os melhores resultados de sempre e investiu fortemente na bancarização rural, atingindo mais de 150 unidades de negócios em todo o país. No total, até final de 2013, o BCI tinha atraído 776 mil clientes, o que corresponde a um crescimento de 38% em relação ao ano anterior. No final deste ano deverá atingir o cliente um milhão. Possui actualmente 2500 funcionários, dos quais 99% são moçambicanos, mesmo na linha de quadros superiores.
O BCI é actualmente o segundo banco em Moçambique, controlando perto de 30% da quota do mercado e só é superado pelo Millenniun bim, detido maioritariamente pelo português BCP.
Futuro em Londres?
Nos últimos dias o nome de Celso Correia foi frequentemente associado para fazer parte na futura administração Filipe Nyusi, ocupando uma importante cadeira. O candidato da Frelimo foi declarado vencedor pela CNE das eleições presidenciais de 15 de Outubro com 57,03% dos votos e deverá formar Governo em finais de Janeiro ou princípios de Fevereiro do próximo ano logo que o Conselho Constitucional promulgue os resultados, o que deverá acontecer a 23 de Dezembro corrente.
Celso Correia, que assumia a coordenação do gabinete do candidato, foi uma figura influente no xadrez político-eleitoral de Filipe Nyusi, o que naturalmente levou a especulações que iria ser convidado para o Governo. Mas o SAVANA apurou que o futuro próximo de Correia deverá passar por Londres, onde pondera aceitar um convite para CEO de um Fundo internacional com uma carteira de cerca de USD7 mil milhões.
Segundo a fonte do banco que temos estado a fazer referência, há igualmente perspectiva de um novo investidor internacional entrar na estrutura acionista do BCI, o que irá significar uma “operação financeira extraordinária” para a INSITEC, sem pôr em causa o actual controlo do banco.
A estrutura accionista do BCI é liderada pelo grupo português Caixa Geral de Depósitos
(CGD) que detém 51%, contra 30% do Banco Português de Investimentos (BPI) e 18.90% da INSITEC, grupo que era sempre conotado pelos seus críticos como estando na órbita dos interesses económicos do actual Chefe de Estado, Armando Guebuza.
SAVANA – 12.12.2014
NOTA:
Para entender melhor de como agora aparece como Ministro e de quando isso foi decidido.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE