Protocolo previa lugar para Dhlakama, mas líder da Renamo preferiu não ir.
O presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, tinha lugar reservado na cerimónia da tomada de posse do presidente da República, Filipe Nyusi, mas preferiu não ir. De acordo com o programa do evento, o líder do segundo partido mais votado teria tratamento protocolar e um lugar privilegiado no pódio ao lado de altas personalidades, como chefes de Estado, antigos chefes de Estado e outros dirigentes nacionais e internacionais.
Na quarta-feira, o líder da Renamo já prenunciava a sua ausência, quando afirmou, em Chimoio, que espera que Filipe Nyusi cumpra parte do acordo de cessassão das hostilidades, outrora violado pelo governo de Armando Guebuza. Entretanto, a violação do acordo de cessassão das hostilidades não é o único dossier em cima da mesa entre Filipe Nyusi e Afonso Dhlakama.
O novo presidente deverá ter habilidade para lidar com o líder da Renamo, principalmente fazê-lo recuar da ideia de criação do Governo Autónomo do Centro e Norte. Afonso Dhlakama recusa-se a aceitar os resultados das eleições gerais de 15 de Outubro e considera-se o grande vencedor do escrutínio. Desmentido pelos órgãos eleitorais e pelo Conselho Constitucional, o líder da Renamo lançou um périplo pelas províncias onde teve maior número de votos com objectivo de anunciar a criação do Governo Autónomo do Centro e Norte do país.
O PAÍS – 16.01.2015