Alguns moçambicanos que se cuidem
Uma família sul-africana criou equipas de guardas privados e oferece recompensas por informações que permitam prender e condenar os que comandam o tráfico do corno de rinoceronte, informou a agência noticiosa espanhola EFE.
O objectivo da família D’Arrigo é salvar dos caçadores furtivos os rinocerontes do seu parque na região do Limpopo, junto à fronteira com Moçambique, assim como de outras propriedades, com cujos proprietários também trabalham.
“Não nos interessam os caçadores. Prende-se um e vem outro. Procuramos os grandes chefes, que são pessoas de nível elevado”, disse à EFE Franco D’Arrigo.
A família D’Arrigo tem negócios no sector da siderurgia, turismo e imobiliário, tendo sido a morte em Outubro/14 de dois dos seus rinocerontes – um dos quais uma fêmea grávida – que a levou a criar o Limpopo Rhino Security Group.
A equipa é formada por guardas armados, pagos pelos donos de cada uma das 16 propriedades da zona e que se coordenam através do sistema de mensagens instantâneas WhatsApp, no qual também participa a Polícia.
Graças às recompensas, a família já recebeu informações sobre a identidade de cabecilhas do tráfico, que tem como destino, sobretudo, a China e o Vietname, onde se atribuem propriedades curativas e afrodisíacas ao corno de rinoceronte.
Os moçambicanos figuram como os principais responsáveis pela liquidação célere de rinocerontes no Kruger National Park (KNP) que se estende até Moçambique e o Zimbabué.
A África do Sul é o país com maior população de rinocerontes, estimada em cerca de 20.000 animais.
De acordo com o Governo sul-africano, um total de 1215 rinocerontes foi morto no país em 2014, mais 21% do que no ano anterior.
CORREIO DA MANHÃ – 26.01.2015