Canal de Opinião por Amade Camal
Nuvens são aglomerados de vapor de água no espaço, formadas pela condensação proveniente da terra e ou outros planetas.
Porém nos últimos tempos se perguntarmos aos filhos e netos o que é NUVEM/CLOUD palavra em Inglês, certamente que dirão rapidamente que se trata de um armazém de dados digital, onde arquivam fotografias, informação pessoal e muitos outros elementos às vezes confidenciais.
Como a própria palavra sugere, os produtores das iCLOUDs fazem-nos crer que os nossos dados não estão guardados fisicamente com alguém.
Não pense o leitor que esta impressão de que as iCLOUDs estão no espaço é uma consequência de estarmos no segundo ou terceiro mundo, na verdade a maior parte dos utilizadores dos telefones, ipads, livros digitais,ipods, etc. começaram a usar estas aplicações e as iCLOUDs sem nunca pensarem para onde vai de facto a informação. Até recentemente uma actriz de topo ver fotografias íntimas suas publicadas nas redes sociais.
O debate levou o primeiro mundo e muitos de nós a questionar “mas afinal onde está a icloud?”.
Esta forma ingénua de como expomos a informação individual, familiar, empresarial e até de Estado é deveras assustadora.
Os maiores serviços de espionagem nunca tiveram a vida facilitada na recolha de informação como agora, desde as redes sociais como FACEBOOK, TWITTER, INSTAGRAM, WHATSAPP, VIBER, WECHAT, CABO DE FIBRA ÓPTICA e muitas outras, sem grande esforço e de forma gratuita e voluntária. Ninguém dá algo grátis a menos que seja caridade.
O mais grave é que quando aderimos a estas aplicações, aceitamos condições inaceitáveis, “clickando” “aceito”, sem ler, contudo o que essas condições dizem “que autorizamos que a entidade produtora da aplicação se apropie da referida informação, podendo distribuí-la, cedê-la e comercializá-la, não se responsabilizando por quaisquer danos que vier a causar”, etc., etc.
Se o nosso pai, mãe, filho, esposa, melhor amigo nos pedisse para assinar uma declaração com esse conteúdo, garanto-lhes que a maioria não assinaria.
Então porque assim acontece?
Por falta de educação dos utilizadores. De quem é a responsabilidade de nos educar?
Em primeiro lugar pertence às famílias, comunidades e sociedade, que devem transmitir o conhecimento cognitivo aos mais novos e ou aos que não sabem. Tratando-se de novos perigos dissimulados em aplicações aparentemente inofensivas, cabe à SEGURANÇA DO ESTADO alertar aos cidadãos as consequências possíveis.
Quando Edward Snowden (espião americano) denunciou uma série de práticas ilegais de recolha de dados digitais pelo Estado Americano, pedindo asilo à Rússia, a maior parte dos aliados de USA ficaram indignados ao saberem que até os chefes de Estado dos referidos países eram espiados.
A Rússia, através do seu presidente Vladimir Putin, tomou algumas medidas entre as quais usar a máquina de escrever onde se processa informação sensível entre outras. A China tomou outras tantas medidas, desde uma rede interna em círculo fechado para transmissão de dados aos Departamentos de Estado sensíveis, até utilização de computadores produzidos por eles especificamente.
Nós, em Moçambique, “talvez” não tenhamos recursos para fazer tais investimentos, mas podemos EDUCAR os nossos cidadãos a tratarem estas aplicações com os cuidados recomendados.
Uma grande parte dos Americanos e Europeus não usam estas aplicações, porquê?
Em vez de lhe responder à última questão, vou deixar-vos com uma informação que muitos de vocês não acreditarão:
– Nas escolas públicas dos USA é proibido vender Coca-Cola.
Ao invés de se andar a bisbilhotar a vida de cidadãos, é tempo de usar os demais recursos que a nossa INTELLIGENCE recebe em benefício dos moçambicanos.
A luta continua! (Amade Camal)
CANALMOZ – 23.01.2015