O Presidente da República, Filipe Nyusi, desafiou hoje os membros do seu Executivo a usarem todas as suas capacidades e inteligência para, de forma proactiva e pragmática, satisfazerem os nobres anseios dos cidadãos, assumindo uma postura que inspira a confiança dos moçambicanos.
Nyusi, que falava minutos depois de empossar os ministros e vice-ministros que integram a nova administração, recordou que o papel do presente ciclo governativo é bem claro: promover o desenvolvimento sócio-económico e cultural em Moçambique.
Somos uma nação dotada de um passado glorioso, importantes recursos, e uma localização estratégica. Devemos aprimorar a nossa forma de conceber o desenvolvimento aclarando, nesse processo e em cada sector, os sinais de inclusão social, recomendou.
Apelou aos dirigentes hoje empossados a agirem numa perspectiva de inclusão, pois as funções governamentais que acabam de assumir emanam do mandato que o povo os confiou por via do sufrágio.
Não basta sermos um governo de todos os cidadãos somente porque somos os resultado de uma eleição democrática cada vez melhor no país ou porque queremos ser ou falar o que o povo quer ouvir. Temos, sim, de agir cada vez melhor como tal, afirmou.
Neste contexto, Nyusi realçou que os moçambicanos esperam deles uma acção governativa que assegure o gozo dos seus direitos e liberdades, bem como o desenvolvimento equilibrado do país, devendo, por isso, ter em mente de que a indicação para dirigirem os diversos sectores económicos sociais não significa serem os únicos ou os melhores, mas traduz a confiança na capacidade e competência que cada um tem vindo a demonstrar nas áreas específicas.
Apesar dos progressos que o seu Executivo herda da governação anterior, Nyusi reconheceu que Moçambique enfrenta, ainda, vários problemas, cuja solução requer um empenho dos novos dirigentes.
Estes desafios incluem melhoria da rede de transporte público, infra-estruturas sociais, vias de acesso, energia, saúde pública, água potável, emprego, habitação condigna, educação. A questão da carência de alimentos e subnutrição, a gestão dos recursos minerais e hídricos são outras componentes que devem merecer uma atenção especial.
Por isso, esse governo deve saber hierarquizar as expectativas de maneira objectiva e clara e responder os anseios dos cidadãos de forma realista, afirmou Nyusi, advertindo que não podemos prometer o que não temos, mas também não podemos gastar de qualquer maneira o pouco que conseguimos.
Falando particularmente da área da agricultura, o Presidente da República disse não haver alguma razão para se falar de fome e sofrimento, num país que conta com enormes extensões de terras férteis, disponibilidade de recursos hídricos e um exército de pessoas que querem trabalhar.
Apliquemos políticas claras, algumas já definidas, que dinamizem mais investimentos na agricultura, nas pescas, na indústria e outros sectores da economia, recomendou Nyusi.
No que concerne ao desenvolvimento rural, Nyusi disse ser uma área central da nova governação, pelo que deve assumir o seu lugar transversal nas prioridades de todos os sectores.
O combate à corrupção e cultura de impunidade são outros campos de acção que, segundo o estadista moçambicano, devem estar no rol das prioridades.
Mas não é um processo que se faz de dia para a noite. É construindo e ampliando as condições institucionais para que os problemas sejam resolvidos, afirmou o Presidente da República, incentivando também a cultura de trabalho em todos os sectores da actividade e o combate ao ócio.
No total foram investidos 21 dos 22 ministros recentemente nomeados, sendo que o dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi, não esteve presente na cerimónia, por motivos devidamente justificados. No acto, tomaram também posse todos os 18 vice-ministros.
DT/SG
AIM – 19.01.2015