A Renamo vai tentar envolver diplomatas estrangeiros em Maputo e organizações internacionais para impor um governo de gestão em Moçambique ou províncias autónomas no centro e norte do país, disse hoje fonte do maior partido da oposição.
A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) marcou para hoje uma sessão extraordinária do Conselho Político Nacional em Caia, Sofala, centro de Moçambique, para decidir a estratégia a seguir depois da posse do Presidente da República e do novo Governo, saídos das eleições gerais de 15 de Outubro, que o partido não reconheceu, por alegada fraude.
"Há necessidade de manter contactos diplomáticos, não só com os países com representações em Moçambique, como com organizações internacionais, porque julgamos que esta causa deve seja entendida pela comunidade internacional", afirmou aos jornalistas Ezequiel Gusse, porta-voz da reunião.
A Renamo, disse, ainda aguarda por uma resposta formal sobre a sua exigência de um Governo de gestão, envolvendo os principais partidos de oposição, remetido ao Governo, na sede do diálogo entre as partes, mantendo a ameaça de criar províncias autónomas no centro e norte de Moçambique.
"Julgamos que todos os países que se relacionam com Moçambique, ou com interesses, devem tomar conhecimento do posicionamento da Renamo sobre as nossas exigências e propostas", declarou Ezequiel Gusse, assegurando que a "Renamo se propõe a levar a causa até às últimas consequências".
Na reunião de hoje, além do Governo de gestão e províncias autónomas, a Renamo vai discutir a estagnação do processo de integração dos seus homens nas Forças de Defesa e Segurança, resultado do Acordo de Cessação de Hostilidades assinado entre Afonso Dhlakama, líder do partido de oposição, e o Presidente cessante, Armando Guebuza, a 05 de Setembro, em Maputo.
Segundo o porta-voz do encontro, a reunião não vai debater o boicote da Renamo às tomadas de posse dos seus 294 membros eleitos em dez Assembleias provinciais e 89 deputados da Assembleia da República.
Lusa – 20.01.2015