O antigo estadista moçambicano, Armando Guebuza, considera de desastrosas e destrutivas as ameaças que o líder da Renamo, principal partido de oposição, Afonso Dhlakama, tem vindo a proferir durante as últimas semanas, manifestando a sua intenção de criar aquilo que designa de República do Centro e Norte.
Esta foi a resposta de Guebuza quando questionado hoje pela imprensa, a margem das cerimónias alusivas ao Dia dos Heróis Moçambicanos, sobre os recentes pronunciamentos líder da Renamo, que ameaça dividir o país, através da criação de uma alegada República Autónoma.
São desastrosos, são desastrosos (pronunciamentos de Dhlakama). Porque, enquanto todo o povo fala em construção, enquanto todo o povo procura resolver os problemas daqueles que estão a sofrer pelas calamidades, etc., ele persiste num discurso destrutivo. Ele não quer, de facto, dar sua contribuição para que este nosso país viva em paz, disse.
Guebuza, que também é presidente incumbente da Frelimo, partido no poder em Moçambique, considera o país como sendo estável, uno e indivisível e, por isso, não faz sentido discursos que incitam à violência e instabilidade.
Aliás, lembrou que a recente mudança do governo mostra que Moçambique baseia-se nos princípios democráticos e nos plasmados na Constituição da República, o que faz deste um país, um Estado de direito.
Dhlakama alega que ele como candidato presidencial e seu partido Renamo ganharam as eleições de 15 de Outubro último, razão pela qual tenciona formar uma república nas províncias de Sofala, Manica Tete, Nampula, Zambézia e Niassa, que vão perfazer uma região autónoma.
Enquanto isso, Dhlakama continua a proibir os 89 deputados eleitos pela Renamo a tomarem posse no parlamento.
Entretanto, a presidente da Assembleia da República (AR), Verónica Macamo, afirmou hoje que o parlamento está a funcionar, mesmo com a ausência dos deputados da Renamo.
O parlamento está a funcionar. Tem mais da metade e mais um deputado. Portanto, tem a maioria necessária para funcionar. Agora o que resta é apelar aos colegas da Renamo para que venham tomar posse. Eles fizeram promessas e as promessas foram feitas para o povo moçambicano. E para cumprirem com as promessas feitas só estando naquela casa (AR) , disse Macamo.
Anacleto Mercedes (ALM)/SG
AIM – 03.02.2015