O SECRETÁRIO do Comité Central da Frelimo para Mobilização e Propaganda e porta-voz deste partido, Damião José, defendeu segunda-feira última, em Inhambane, que a missão das brigadas do seu partido que trabalham em todas as províncias do país “não decorre fora do pensamento do Presidente da República, Filipe Nyusi”.
Damião José afirmou ser “totalmente falso que haja posições contraditórias entre o Presidente da República e a Comissão Política, porque nada está a ser feito pelas brigadas ou militantes do partido, no seu todo, fora do pensamento do Presidente”.
“Desde a sua fundação em 1962 a Frelimo está durante 365 dias a trabalhar com o povo e para o povo, daí que tudo o que é planificado e executado deve ser com o conhecimento da população, o destinatário das nossas políticas públicas. Portanto, que a Renamo não coloque na boca do Chefe do Estado o que não disse”, avisou Damião José.
Sublinhou, por outro lado, que a Frelimo saúda e encoraja as iniciativas de diálogo do Presidente da República, não só com a Renamo e o seu líder, mas também com os outros dirigentes políticos e personalidades de reconhecido mérito para buscar ideias, no quadro da criação gradual de condições para o bem-estar de todo o povo moçambicano.
“A Renamo está a procurar, a todo custo, colocar na boca do Chefe do Estado aquilo que ele nunca disse e com o que nunca se comprometeu. O que é verdade é que o povo está cansado da postura cíclica de Afonso Dhlakama de intimidar e ameaçar dividir o país. Sabemos que Dhlakama está ao serviço dos seus patrões, que não são o povo moçambicano, mas mesmo assim persuadimo-lo a juntar-se ao povo para lutar contra a pobreza em Moçambique”, indicou.
Damião José disse ainda que o grande desafio da Frelimo é, neste momento, procurar corresponder às grandes expectativas do povo moçambicano, que incluem a necessidade de tornar exequível, nas comunidades, o seu programa de governação.
O porta-voz da Frelimo fez estas declarações reagindo às alegações do secretário-geral da Renamo, Manuel Bissopo, segundo as quais a Comissão Política da Frelimo não está em consonância com o Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi.
Para Damião José, a Frelimo tem a total liberdade de se expressar sobre certos acontecimentos que ocorrem no país, sem pôr em causa a pretensão da Renamo de submeter à Assembleia da República o propalado anteprojecto de lei sobre a criação das regiões autónomas.
“Sabemos e reconhecemos que a Assembleia da República é um órgão soberano e que em sede própria melhor decidirá sobre essa matéria. Todavia, a reacção do povo em relação a esta ideia é de total revolta, porque é de conhecimento de todos que Moçambique é uno e indivisível”, disse Damião José.
Num outro desenvolvimento, o porta-voz da Frelimo explicou que a Renamo, mais uma vez, está a faltar à verdade ao povo moçambicano, porque, segundo disse, “essa ideia que o seu líder tem vindo a lançar desde Novembro último, nomeadamente a formação de um governo de gestão, da república centro norte e agora as ditas regiões autónomas, nunca em nenhum momento se referiu a isso antes dos resultados eleitorais.
Este posicionamento, de acordo com Damião José, não passa de mais um golpe baixo de Afonso Dhlakama e seu partido de tentar perpetuar o sofrimento do povo moçambicano, pelo que facilmente se chega à conclusão de que a Renamo não consegue se impor no campo político em Moçambique.
“Mais uma vez o senhor Afonso Dhlakama está a perder a soberba oportunidade de se reconciliar com o povo moçambicano, juntando-se à maioria e trabalhar para o bem de todos, porque de facto o Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, não fez nenhuma promessa ao líder da Renamo senão aconselhar Dhlakama para autorizar os seus deputados a tomarem os seus assentos no Parlamento e nas assembleias provinciais, fóruns apropriados para discutir todos os projectos do país”, disse o porta-voz da Frelimo.
NOTÍCIAS – 25.02.2015