As delegações do Governo e da Renamo, não chegaram a qualquer entendimento na 95ª ronda negocial que discutiu o único ponto referente à prorrogação do prazo da Equipa Militar de Observadores da Cessação das Hostilidades Militares (EMOCHM). As negociações foram até a noite desta segunda-feira.
O prazo de 135 dias da Equipa Militar Internacional de Observação da Cessação das Hostilidades Militares terminou ontem 23 de Fevereiro.
A Renamo apareceu com a proposta de prorrogação para 135 dias, uma proposta recusada pelo Governo, obrigando a Renamo a descer para 120 dias.
Porém, o governo defendia que a prorrogação deve ser por apenas 30 dias. Perante os desentendimentos que prevaleciam entre as partes apesar das consultas feitas ao mais alto nível das respectivas liderança, os mediadores viriam a propor para 75 dias, ao que o Governo recusou resumindo 60 dias.
No final do encontro prevalecia o impasse, e a única saída "a partir de amãnha (hoje terça-feira) a EMOCHM vai continuar no país coberto de princípio da prorrogação" até as partes alcançarem consenso.
No final do encontro que prolongou-se das 9 horas da manhã até as 20 horas, o chefe da delegação da Renamo, o deputado Saimone Macuiana anunciou que "o impasse prevalece em torno da prorrogação da EMOCHM".
".Dedicamos o dia unicamente sobre a prorrogação da EMOCHM que entendemos que está aqui no país para ajudar os moçambicanos na supervisão do acordo da cessação das hostilidade militares e fase subsequente" disse Saimone Macuiana.
Acrescentou que a fase subsequente que consiste na integração, enquadramento e reinserção dos homens residuais da Renamo previsto no memorando de entendimento é muito importante e de caracter obrigatório.
Para a Renamo, a fase crucial do acordo ainda não foi cumprida e a Paz, estabilidade política e a reconciliação nacional não têm preço.
Por seu turno, o chefe da delegação governamental, o ministro da Agricultura, José Pacheco disse que o executivo esperava ouvir no encontro do programa da actividade sobre a EMOCHM, mas que a Renamo veio apenas com o pedido de prorrogação do mandato.
O governo deu a entender que a prorrogação da sua parte podia ser considerada como garantias de que tudo seria realizado dentro do prazo.
Argumentou que prorrogar por 135 dias, seria criar uma nova EMOCHM, porque com esta que existe nada se justifica.
"Deixamos à consideração da Renamo para trazer o cronograma das actividades. Os peritos militares vão trabalhar num programa" disse Pacheco.
O Governo mantém a sua ameaça de que não há espaço para a renovação da missão a menos que a Renamo comece a entregar a lista dos seus homens e o cronograma do início da desmilitarização. (Bernardo Álvaro)
CANALMOZ – 24.02.2015