VOLVIDOS cerca de 50 dias da tragédia de Chitima, que ceifou a vida de 75 pessoas vítimas de intoxicação alcoólica por consumo de pombe, bebida de fabrico caseiro, a vida está a voltar à normalidade, com a população a regressar do seu trabalho quotidiano, sobretudo na produção agrícola.
O administrador distrital de Cahora-Bassa, Abel Chongo, disse há dias ao nosso Jornal que mesmo as famílias enlutadas grande parte delas já estão recompostas e estão a realizar as suas actividades quotidianas, concretamente na produção agrícola.
“A maior parte das famílias aqui em Chitima sobrevive com base na produção agrícola e, depois da tragédia, embora ainda com marcas bastante visíveis nas suas caras, as pessoas perceberam que devem erguer os braços para o seu trabalho quotidiano” - disse Chongo.
Aquele governante apontou que decorre, por um lado, com o envolvimento de líderes comunitários o trabalho de mobilização e sensibilização da população para um controlo mais efectivo no fabrico de bebidas caseiras para se evitar casos idênticos da tragédia do passado dia 10 de Janeiro do presente ano.
De salientar que as autoridades sanitárias em Chitima prosseguem com jornadas de explicação e acompanhamento directo das pessoas que estiveram internadas devido à intoxicação alcoólica de forma a permitir uma intervenção rápida e pontual caso surjam quaisquer sintomas resultantes de sequelas da intoxicação.
A directora distrital dos Serviços da Saúde, Mulher e Acção Social em Cahora-Bassa, Paula Bernardo Coimbra, referiu que até ao momento não há relatos nos bairros de qualquer situação anormal como consequência da tragédia de Chitima.
Aquela profissional da Saúde acrescentou que as atenções de momento estão viradas ao trabalho psicológico no seio das famílias enlutadas, porque há casas que ficaram praticamente sem adultos para prestar assistência aos menores.
“A situação é preocupante, pois temos casas em que só ficaram crianças; os pais perderam a vida e noutros casos numa família a tragédia matou dois a três membros do mesmo agregado familiar, por sinal pessoas adultas com responsabilidades. Assim temos que trabalhar na tentativa de minimizar este abalo” - concluiu a directora da Saúde, Mulher e Acção Social de Cahora-Bassa.
BERNARDO CARLOS
NOTÍCIAS – 26.02.2015