O REI dos zulus, Goodwill Zwelithini, pediu ontem, dia 23, aos imigrantes que vivem na África do Sul que voltem para os seus países de origem.
“Pedimos aos que vêm de fora que, por favor, retornem aos seus países”, disse, segundo a agência espanhola Efe, o monarca dos zulus, o maior grupo étnico de um país que enfrenta frequentemente ataques xenófobos contra a numerosa população imigrante de outras nações da África e da Ásia.
O rei Zwelithini acusou o Governo local de não proteger os sul-africanos do “influxo de estrangeiros”, e lamentou que os imigrantes tenham “tomado” as lojas que eram geridas pelos locais.
O monarca - cuja autoridade real é reconhecida pela Constituição e é financiado pelo Estado - lembrou os tempos do regime segregacionista do "apartheid", quando muitos sul-africanos negros se exilaram noutros países africanos.
"Já sei que estavam nos seus países durante a luta pela libertação, mas a questão é que vocês não montaram negócios nos seus países", disse o soberano, dirigindo-se a sua audiência durante um discurso sobre "regeneração moral".
As palavras do rei foram criticadas por organizações de imigrantes que vivem na África do Sul, que denunciaram os constantes ataques verbais e agressões que sofrem devido à sua origem.
Várias pessoas morreram e dezenas de lojas geridas por imigrantes, a maioria somalis, foram saqueadas e incendiadas em Janeiro último em Joanesburgo e Pretória.
Imigrantes de países como a Somália, Etiópia ou Paquistão dominam o comércio nas zonas negras mais pobres onde vive a maioria dos sul-africanos.
A África do Sul abriga uma das maiores povoações de imigrantes e refugiados da África. Milhares de moçambicanos, uns legais outros ilegais, vivem ou trabalham no país vizinho.
NOTÍCIAS – 24.03.2015