Daniel Baulene Chatama, um imbondeiro da resistência contra a tirania mondlanista na Frelimo em Dar Es Salaam em 1968, faleceu em Stata Rosa, Califórnia, depois duma dura batalha contra o cancro.
Na resistência contra a ditadura do Mondlane, Chatama actuou como guarda costa e segurança na residência do Padre Mateus Pinho Gwenjere no subúrbio de Chang'ombe em Dar Es Salaam. Ele estava estreitamente aliado ao malogrado padre Mateus Pinho Gwenjere que veio a ser raptado de Nairobi pelo agentes tanzanianos em colisão com agentes do SNASP de Moçambique e depois foi torturado e morto pela Frelimo em Cabo Delgado.
Natural de Chupanga no Baixo Vale do Zambeze, Chatama foi treinado juntamente com Joaquim Chissano em serviços de segurança e espionagem pela KGB na União Soviética. Durante a sua estadia na Rússia soviética, o Chatama aprendeu a língua russa que sabia escrever e falar. Na Tanzânia onde Chatama trabalhou no serviço de transmissão na casa do Eduardo Mondlane, ele chegou de observar que certas das mensagens que saiam da casa do Mondlane eram transmitidas para a inteligência militar portuguesa. Chatama também não duvidava que Mondlane era um agente da CIA americana.
Liberto duma prisão tanzaniana onde tinha sido posto pelos tanzanianos por causa da sua resistência contra a ditadura e a tirania na Frelimo, Baulene Chatama rumou para Nairobi, Quénia, onde resumiu os seus estudos e viveu antes de ir a Holanda donde veio mais tarde a rumar para os Estudos Unidos da América.
Um pintor de edifícios de grande talento, Baulene teve a infelicidade de cair no consumo de drogas que vieram a minar a sua saúde, estando durante um dado tempo o seu corpo completamente intoxicado e passou muito tempo a ser desintoxicado num centro de saúde especializado para tais tratamentos na América.
Alguns anos depois de sobreviver a sua trágica experiencia com drogas foi diagnosticado com o cancro que acaba de lhe tirar a vida.
Francisco Moises