O projecto de construção da linha férrea que liga os distritos de Moatize e Macuse, nas províncias de Tete e Zambézia, na região centro de Moçambique, não está a conseguir financiadores para a sua execução devido a queda do preço do carvão no mercado internacional.
Segundo Abdul Carimo, Presidente do Conselho de Administração (PCA) do Corredor de Desenvolvimento Integrado da Zambézia (CODIZA), empresa proponente deste projecto com uma extensão de 500 quilómetros, para a solução do problema, será necessário envolver empresas indianas interessadas na aquisição do carvão, não para a comercialização mas para o consumo.
Carimo é citado pelo jornal Noticias a revelar que para conseguir o contrato de financiamento, no valor de quatro biliões de dólares norte-americanos, é preciso que haja garantias de utilização da linha férrea e do porto e a queda do preço do carvão está ser um grande constrangimento para o efeito.
A fonte indicou, título elucidativo, que o consórcio indiano, a ICBL que ficou com as acções do Rio Tinto, é uma das saídas porque, neste momento, está a importar mais de 450 milhões de toneladas e as suas necessidades apontam para 650 milhões de toneladas para o consumo naquele país asiático.
Falando aos participantes na Primeira Bolsa de Negócios, em Quelimane, Abdul Carimo afirmou que os proponentes do projecto estão a enfrentar sérias dificuldades porque os financiadores pretendem ter garantias efectivas.
Quem pretende construir uma linha férrea e um porto de águas profundas tem que ter contractos de financiamento que garantam que a linha será utilizada para buscar matéria-prima para o mercado, disse acrescentando que a alternativa é tentar envolver as empresas indianas no projecto.
Para o efeito, segundo o PCA, será necessário que o governo autorize que no traçado da linha férrea Moatize-Macuse se estendam mais 140 quilómetros para a região de Chitima, em Tete, onde existe, neste momento, mais de 70 concessionários de carvão de boa qualidade que ainda não está a ser explorado.
Carimo avançou que os proponentes do projecto estão, neste momento, a negociar com o governo moçambicano para chegar a um entendimento sobre a matéria.
Na localidade de Chitima, os 70 concessionários não estão a fazer a exploração mas o carvão que lá existe tem boa qualidade, o que significa que, uma vez autorizado, o projecto vai ser implantado e as empresas indianas poderão utilizar as duas infra-estruturas para transportar o carvão para o seu país ou outros mercados, disse Carimo.
Aquele responsável afirmou ainda que o projecto que deveria ter visto o seu estudo de viabilidade económica pronto no ano passado, foi alargado para trinta deste mês.
Essa alteração, segundo disse, deveu-se a indicações de encurtar a distância de trinta quilómetros pelo facto de a infra-estrutura passar por uma região de Sena, na Estrada Nacional número sete, próximo da estrada, facilitando a sua manutenção.
O presidente do Conselho de Administração do CODIZA disse ainda que o documento, depois de ser trabalhado para sanar algumas questões será entregue ao Conselho de Ministros.
MAD/sg
AIM – 17.04.2015
Recorde aqui:
Governo Moçambicano entrega concessão Moatize-Macuse à tailandesa Itaithai
O Executivo moçambicano entregou o projecto de construção da linha férrea que liga Moatize (Tete) a Macuse (Zambézia) à tailandesa Itaithai Engineering. A extensão de 525 quilómetros de extensão foi orçado em 3,5 mil milhões de dólares. O Governo aprovou, esta terça-feira, em Conselho de Ministros, um decreto que permite a “concessão, a um operador privado, da construção, operação, manutenção e gestão das linhas ferroviárias de Moatize a Macuse e exploração comercial do serviço de transporte ferroviário de carga e de passageiros”, refere a nota de imprensa.
A Itaithai Engineering terá a cargo a construção do Porto de Macuse, província de Quelimane, centro do país, e da respectiva linha férrea até ao distrito de Moatize, província de Tete, rica em carvão.
NOTA:
Afinal que se passou?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE