TRABALHADORES da empresa China Road and Bridge Corporation (CRBC), responsável pela construção da ponte Maputo/Katembe, paralisaram a actividade na manhã de ontem em protesto aos baixos salários e contratos precários.
A greve foi organizada pelos serralheiros, pedreiros, operadores de máquinas, motoristas e mecânicos afectos ao estaleiro localizado na Rua das Estâncias.
Entre as reivindicações consta a inobservância das regras de higiene e segurança no trabalho, a falta de seguro contra acidentes de trabalho e assistência médica e medicamentosa, da actualização da tabela salarial, clareza na definição do salário base e a diferenciação salarial para o mesmo tipo de trabalho entre outras irregularidades.
O não pagamento de horas extras, bem como a inexistência de contratos de trabalho escritos para alguns trabalhadores figuram na lista dos problemas levantados pela massa laboral. As acusações ao pessoal de furto de equipamento de protecção individual como pretexto para despedimentos, bem como a falta de clareza dos contratos fazem ainda parte das denúncias.
Segundo Zito Ernesto, um dos trabalhadores da CRBC, o mais preocupante é a existência de contratos por tempo incerto que tem estado na origem dos despedimentos sem justa causa.
“Não há respeito pelo trabalhador e o patronato acha que tem direito de nos despedir sem alguma razão fundamentada. O mais agravante é que para termos o nosso salário temos que fazer manifestações, sob pena de este não ser pago”, referiu.
Uma equipa da Inspecção-Geral do Trabalho, do Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social (MITESS), fez-se ao local às primeiras horas do dia a fim de interceder junto dos gestores da construtora e encontrar uma saída para o impasse.
O inspector-geral adjunto no MITESS, Paulino Mutombene, disse ao nosso jornal que a CRBC aguardava pela decisão da empresa, em Beijing, a capital da China, para emitir o seu posicionamento, sendo que já se havia alcançado avanços significativos no diálogo.
“Na maior parte das reivindicações já se atingiu consensos e esperamos que haja solução a breve trecho. Já efectuámos um contacto com Beijing e pensamos que a resposta chegará a qualquer instante”, adiantou a fonte.
Os trabalhadores só retomaram a actividade cerca das 14.00 horas, quando a comissão nomeada por aqueles e a e direcção da CRBC atingiu progresso nas negociações.
NOTÍCIAS – 28.04.2015