Acusações de divisão do país
António Muchanga diz que Filipe Nyusi foi infeliz
Filipe Nyusi disse, na passada terça-feira, em Magude, que não tem tempo para se sentar com quem quer dividir o país. As declarações são feitas numa altura em que Dhlakama anunciou publicamente um encontro com Nyusi para breve. Lembre-se que a Renamo submeteu à Assembleia da República para debate o projecto das Autarquias Provinciais, um projecto diabolizado pela Frelimo e pelo falido G40 (mesmo sem se conhecer o seu conteúdo), alegadamente porque pretendia dividir o país. A Renamo não gostou das palavras de Nyuisi, que considera infelizes e contrárias aos entendimentos entre Nyusi e Dhlakama.
Em Magude, Nyusi pediu tempo à população para, segundo declarou: “Resolvermos (...) problemas, em vez de discutir parcelar uma nação”.
“Perder tempo sentado e reunir todos os dias como dividir Moçambique não deve ser agenda dos moçambicanos”, disse Nyusi.
Falando em conferência de imprrensa, na passada quarta-feira, o porta-voz da Renamo, António Muchanga, disse: “Se há quem quer dividir o país, quem aconselhou a dividir chama-se Filipe Jacinto Nyusi”.
O projecto é uma solução de compromisso que a Renamo apresenta à Frelimo para ultrapassar a crise gerada pela fraude nas eleições do passado dia 15 de Outubro, que “arrancaram”, sem editais, uma vitória para Nyusi e para a Frelimo.
António Muchanga afirma que, sendo Nyusi quem “aconselhou o presidente Dhlakama a apresentar o projecto das Autarquias Provinciais à Assembleia da República, não pode aparecer a querer acusar o presidente Dhlakama”. Muchanga diz que Nyusi teve um “discurso infeliz”.
O agendamento do debate do projecto está a dividir as bancadas da Frelimo e da Renamo. Muchanga assegurou que será debatido brevemente, mas não indicou datas. A bancada da Frelimo quer que o projecto seja debatido depois da aprovação do orçamento da Assembleia da República, do Plano Económico e Social e do Orçamento do Estado. A Renamo insiste que o seu projecto deve ser debatido antes do Orçamento do Estado, para que o Orçamento do Estado inclua as despesas dele decorrentes. (André Mulungo)
CANALMOZ – 24.04.2015