Portugal “autorizou” o desembarque dos cubanos em Angola, muito antes da Independência...fui testemunha presencial.
Ou, de como o poder político de Lisboa 75 montou uma "golpada encoberta", político militar em Angola, e que poderia ter vitimado muitos paraquedistas em 75, isto para apoiar o MPLA; a coisa falhou, por obra e graça de circunstâncias várias... conforme o relato que se segue...absolutamente factual.
Cinco, dos meus já muitos anos, ficaram por terras e guerras de Angola e Moçambique; desse tempo, ficou-me a África no coração, a honra do dever cumprido e memórias, histórias da História que, ao acaso, gosto de contar, tal qual as vivi.
Angola, Julho de 1975, o MPLA, pela força das armas, tinha expulso de Luanda a UNITA e também o FNLA, havendo ainda nessa altura, deste último movimento, milhares de pessoas refugiadas junto do Palácio do Governador, cargo na altura desempenhado por um Alto Comissário, o General Silva Cardoso, da FAP.
Comandante ocasional da 3ª CCP, uma companhia de paraquedistas do BCP 21 em Angola, coube-me garantir a segurança militar do Palácio.
Vivia então o MPLA a euforia da vitória contra o FNLA em Luanda; as centenas de mortos, dos massacres ocorridos nesses dias, eram rapidamente carregados em viaturas militares portuguesas e enterrados, por uma escavadora, em valas comuns no campo de golf.
O recolher era obrigatório, a morte e o terror tinham-se instalado na cidade; havia centenas de prisioneiros feitos pelo MPLA detidos na Praça de Touros, no Morro da Luz e no forte de S. Pedro, onde eram torturados e assassinados, diariamente.
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