A GOVERNADORA da província de Gaza, Stella Pinto Zeca, trabalhou sexta-feira nas aldeias de Maimane e Nhamboze, no posto administrativo de Nalaze, no distrito de Guijá, onde apelou às cerca de 50 famílias ali refugiadas para regressarem às suas comunidades, pelo facto de finalmente se ter restabelecido a paz e tranquilidade na zona.
Os aldeões abandonaram as suas casas na sequência dos ataques perpetrados por homens armados da Renamo contra posições das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) ali estacionadas.
Segundo a chefe do Executivo de Gaza, restabelecida a tranquilidade, o Governo vai assumir e cumprir as suas obrigações de garantir as necessárias condições para que os camponeses possam rapidamente retomar as suas actividades normais, designadamente a produção agrícola e pecuária.
“Quando a população se encontra numa situação de insegurança, nós, como Governo, temos de garantir a sua segurança e protecção para que ela possa trabalhar num ambiente sereno e tranquilo, sem nenhuma perturbação. Ninguém gosta de abandonar a sua zona de origem, muito menos a sua casa e os seus bens para andar de um lado para o outro, sem destino certo e seguro, devido a este tipo de situações”, disse a governadora de Gaza.
Na ocasião, Stella Pinto Zeca explicou ter ido a Guijá para estudar com as autoridades locais as melhores formas para garantir o retorno voluntário, porém, organizado da população deslocada, de modo a que retomem paulatinamente as suas rotinas nos seus locais de origem.
Por seu turno, camponeses que falaram durante a reunião com a governadora de Gaza explicaram que foram forçados a fugir das suas casas por temerem a reedição dos episódios de violência sangrenta na sequência dos ataques armados protagonizados pela Renamo durante os 16 anos de guerra, a qual provocou a morte de pessoas inocentes e perda de gado bovino, infra-estruturas, entre outros.
Para Francisco Mulambo, com o anúncio de tranquilidade feito pela governadora de Gaza, estão criadas as condições para as pessoas regressarem à casa, com a garantia de que terão acesso livre às fontes de água, machambas e zonas de pastagem.
Cerca de 300 crianças do posto administrativo de Nalaze foram obrigadas a abandonar as aulas por causa da presença dos homens armados da Renamo na zona.
A agitação que se viveu nos últimos tempos no distrito do Guijá surgiu na sequência dos ataques perpetrados recentemente pela Renamo a uma posição das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, posicionada na região de Mhabondze, próximo da Lagoa Mpunze, no posto administrativo de Nalazi, a sensivelmente 80 quilómetros da sede do distrito.
NOTÍCIAS – 21.04.2015