Dhlakama endurece aviso à Frelimo
Diz que já se instalou em Sofala, para esperar pelo parlamento. População pressiona Dhlakama, diz que está a perder paciência de esperar por mais tempo e exige acção concreta.
O presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, disse no sábado, na Beira, que está a par de alguma agitação no partido Frelimo, que visa influenciar a maioria parlamentar na Assembleia da República para reprovar o seu projecto de autarquias provinciais depositado naquele órgão. Mas diz também que não está preocupado com isso e aconselhou a população a não ficar preocupada, porque “se não for a bem, será a mal”. Dhlakama diz que, caso a Frelimo reprove o projecto-de-lei, vai “governar à força”.
Num comício bastante concorrido, na Beira, o presidente da Renamo apelou para que a Frelimo desista da ideia de reprovar o seu projecto, para não se correr risco de o país entrar naquilo a que chamou “ingovernabilidade”. Dhlakama diz que é imperioso que o projecto passe por consenso, para evitar mais problemas.
O presidente da Renamo disse que está satisfeito, porque o povo não está a embarcar na campanha que vem sendo feita contra a Renamo, segundo a qual, com o projecto, aquele partido pretende dividir o país. “Nós não vamos dividir nenhum país. Somente estamos a exigir governar regiões em que ganhámos, porque roubaram nas eleições. Queremos governar onde o povo nos confiou”, disse.
Dhlakama avisou, no caso de o projecto não ser aprovado: “Eu, Dhlakama, irei formar Governo à força, mesmo que até se precise de usar um plano ‘B’ de chegarmos ao poder sem que a Frelimo aprove”, referiu.
Dhlakama mostrou-se confiante num bom desfecho deste assunto, porque, segundo disse, “a própria Frelimo sabe que não ganhou as eleições passadas. Levou o poder à força, coadjuvada pelo Conselho Constitucional”.
Dhlakama diz que vai permanecer em Sofala por um tempo, à espera da aprovação do projecto-de-lei pelo parlamento, e espera que, até Abril, os dirigentes indicados pela Renamo comecem a tomar posse. Hoje, segunda-feira, o presidente da Renamo tem um encontro com professores do ensino superior e organizações da sociedade civil para explicar como é que será o seu Governo. (José Jeco, na Beira)
CANALMOZ – 06.04.2015