O presidente burundês, Pierre Nkurunziza, sofreu hoje um golpe de Estado após a tentativa de concorrer, nas eleições de Junho próximo, para um terceiro mandato, anunciou o general do exército.
A vaga de contestação contra o presidente do Burundi obtém o apoio de parte dos militares que anunciaram, esta quarta-feira, ter demitido o Chefe de Estado, quando este se encontra fora do país.
Um grupo de altos comandos militares, liderado por um general próximo da oposição, anunciou igualmente a dissolução do parlamento e a formação de um governo provisório, tendo ordenado o encerramento das fronteiras para evitar o regresso do presidente:
O presidente Pierre Nkurunziza foi retirado das suas funções, o governo foi dissolvido. Os ministérios vão funcionar a mínimos. Pedimos a todos os comandos regionais do exército, da polícia e a todos os governadores que se juntem a nós para reforçar a segurança para todos os cidadãos do Burundi, afirmou o general golpista Godefroid Niyombare.
A presidência do Burundi continua a negar a ocorrência de um golpe de Estado, quando a Organização dos Estados da África Oriental, reunida na Tanzânia, condenou a acção dos militares, apelando ao respeito da ordem constitucional no país.
Num comunicado, a presidência do Burundi considera a declaração de golpe de estado como, uma fantasia, prometendo julgar todos os militares rebeldes.
Presente na reunião, o contestado presidente Nkurunziza, encontra-se agora impossibilitado de regressar ao país quando os golpistas encerraram o aeroporto de Bujumbura, actualmente controlado pelos militares rebeldes.
Nkurunziza estava no centro da contestação depois de ter anunciado a candidatura a um terceiro mandato nas eleições de Junho. Uma decisão inconstitucional para a oposição que, até à hora do anúncio do golpe, prosseguia os protestos, violentamente reprimidos pela polícia.
EURONEWS/SG
AIM – 14.05.2015