No Centro de Conferências “Joaquim Chissano”
O relatório dos peritos militares apresentado ontem nas negociações políticas entre o Governo e a Renamo diz que houve uma emboscada montada pelas Forças de Defesa e Segurança para assassinar o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama. Segundo ao peritos militares, as referidas forças, instruídas para acabar com vida de Afonso Dhlakama, estavam estacionadas em Mucoza e Sadjundjira, mas acabaram abandonando os locais. A tentativa de assassinato de Dhlakama dominou o encontro entre as delegações do Governo e da Renano em negociações no Centro de Conferências “Joaquim Chissano”.
O alegado plano de assassinato de Dhlakama serviu para suscitar o debate, levantado pela Renamo, de que o Governo está a violar o Acordo de Cessação das Hostilidade Militares, ao atacar as suas posições. Segundo a Renamo, as tropas governamentais, no passado dia 16 de Maio, bombardearam posições das suas forças em Inhambane.
A Renamo diz que notificou várias entidades nacionais e internacionais sobre essas ocorrências, nomeadamente a EMOCHM, a Procuradoria-Geral da República, o Conselho Constitucional, as Nações Unidas, os Estados Unidos da América, o Reino Unido da Grã-Bretanha, a Itália, Portugal, a África do Sul, Cabo Verde, o Quénia, o Botswana, o Zimbabwe, a SADC, a Igreja Católica e o Conselho Cristão de Moçambique.
“Estamos perante uma acção de desinformação”
O chefe da delegação do Governo nas negociações, José Pacheco, desmente a informação dada pelos peritos militares e pela própria Renamo. Pacheco fala de desinformação.
“Estamos mais uma vez perante uma acção de desinformação, calúnia e de difamação, porque, num passado recente, a Renamo fez várias acusações sobre o Guijá sem evidências”, disse o ministro.
Segundo José Pacheco, o Governo sabe do paradeiro de Afonso Dhlakama, porque este, desde que saiu da Gorongosa para assinar o Acordo de Cessação das Hostilidades Militares, está a ser protegido, escoltado e guarnecido pelas Forças de Defesa e Segurança. O Governo considera que está perante uma organização que, dia após dia, está a mostrar falta de vontade de tratar as questões concretas de implementação do Acordo. (Bernardo Álvaro)
CANALMOZ – 19.05.2015