O PRESIDENTE da República, Filipe Nyusi, disse, na Beira, que o seu Governo não realiza encontros para a fotografia, mas sim para resolver os problemas do país.
Esta posição foi assumida pelo Chefe do Estado quando confrontado pelos jornalistas sobre a possibilidade de se encontrar com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, para discutirem questões relacionadas com a preservação da paz e da unidade nacional.
“Com o Presidente da República há sempre possibilidades de encontros (com o líder da Renamo), se for para falar sobre a paz, a qualquer momento. Mesmo para discutirmos outros aspectos para o desenvolvimento de Moçambique”, afirmou o Presidente Nyusi numa conferência de Imprensa que marcou o fim da sua visita de trabalho de quatro dias à província de Sofala, na passada sexta-feira.
Filipe Nyusi fez questão de referir que está “sempre disponível” para se encontrar com quem quer seja para falar sobre a paz, estabilidade e desenvolvimento nacional.
Aliás, usou como exemplo dessa disponibilidade o encontro que manteve nesse mesmo dia (sexta-feira) com o presidente do município da Beira e líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango.
“Nós, neste caso o Governo, não fazemos encontros para a fotografia. Fazemos encontros para produzir os resultados almejados pelo povo moçambicano e neste caso o povo está a precisar da nossa intervenção e nós vamos fazer tudo para que se possa realizar este encontro, mas para trazer soluções para o povo moçambicano”, frisou Filipe Nyusi, que ainda na sexta-feira, à noite, recebeu, na capital provincial de Sofala, o bispo emérito da Beira, D. Jaime Gonçalves.
Segundo disse, o povo precisa de ficar tranquilo, calmo, sossegado, sobretudo, concentrado para poder produzir, para poder desenvolver o país. “Portanto, estou pronto para me encontrar com Dhlakama para produzir resultados”, frisou.
Sobre o encontro que manteve com o líder do MDM, o Presidente Filipe Nyusi disse ter sido produtivo, porque foram abordados temas candentes da vida nacional.
“Foi um almoço de trabalho em que falámos sobre um pouco de tudo. Falámos da questão da preservação da paz. Falámos da descentralização administrativa. Aqui tocámos a questão da transferência de algumas competências para a autarquia da Beira, como, por exemplo, a gestão dos ensinos Primário e Secundário, entre outros serviços. Isso já acontece em Maputo e vimos que a Beira já está preparada para também fazer isso”, disse o Chefe do Estado.
Falando à imprensa, à saída do encontro com o Chefe do Estado, Daviz Simango considerou bastante positiva a reunião de trabalho que manteve com Filipe Nyusi.
ESTAMOS SATISFEITOS
Sobre a sua primeira visita de trabalho à província de Sofala desde que foi investido Presidente da República, Filipe Nyusi classificou-a de positiva e mostrou-se satisfeito com o que viu e ouviu.
“Nós viemos à província de Sofala, continuando o ciclo de visitas que estamos a fazer pelo país. O momento muito vasto foi sempre de interacção com a população nos comícios. Quero deixar claro aqui que o objectivo da nossa deslocação tem dois pontos essenciais: primeiro, agradecer ao povo moçambicano em duas linhas. A primeira linha, agradecer àqueles que estavam em condições de votar e foram votar, independentemente de quem votaram. Isso foi sinal forte para o mundo de que o ciclo eleitoral ou democrático em Moçambique é respeitado e continuamos firmes no mapa da democracia no mundo”, afirmou o Chefe do Estado.
Disse que a segunda alínea do primeiro objectivo refere-se ao agradecimento a todos aqueles que votaram no programa do partido Frelimo, e acreditaram no seu candidato presidencial para contributo na batalha pela criação de condições para o bem-estar dos moçambicanos.
O objectivo número dois foi dar a conhecer o Programa Quinquenal do Governo, que resulta do manifesto eleitoral e das contribuições das diferentes forças vivas da sociedade. “De tudo que vimos podemos dizer que o balanço da visita à província de Sofala é extremamente positivo e a alegria que vimos na população, que acredita no programa do partido Frelimo, nos seus dirigentes, exorta-nos a prosseguir. Portanto, estamos satisfeitos”, disse.
Durante quatro dias, Filipe Nyusi trabalhou nos distritos de Nhamatanda, Chemba, Dondo e cidade da Beira, onde, para além de orientar comícios populares, reuniu-se com as autoridades locais, visitou empreendimentos socioeconómico e de ensino.
MUSSÁ MOHOMED
NOTÍCIAS – 18.05.2015
