“O projecto não morreu e continua ser a esperança de muitos moçambicanos” – Lúcia Afate, deputada Renamo.
Afonso Dhlakama continua nas províncias a pedir calma e a assegurar que o projecto das “autarquias provinciais” será implementado ainda este ano, e que a Renamo vai governar. Na Assembleia da República, os deputados da Renamo também mantêm o seu optimismo. A Renamo diz que foi Filipe Nyusi quem deu ordens à sua bancada para reprovar o projecto e lamenta que isso tenha acontecido, pois, segundo a Renamo, Filipe Nyusi traiu Afonso Dhlakama, que concordou em submeter o projecto à Assembleia da República. A Renamo diz que Nyusi procedeu assim por confiar no seu poder bélico, e lembra que o projecto é do povo e que ninguém tem balas suficientes para, em caso de revolta popular, acabar com o povo.
“Entendemos que foi por sua orientação e traindo os entendimentos havidos com o presidente da Renamo, que foi reprovado o projecto”, disse ontem no parlamento Lúcia Afate, deputada da Renamo. Ela garantiu que “o projecto não morreu e continua ser a esperança de muitos moçambicanos” e lamenta que a bancada da Frelimo tenha reprovado o projecto. A deputada Lúcia Afate disse que “foi confiando no belicismo em que se encontra o Estado moçambicano, caracterizado pela aquisição e movimentação de armamento pelo país, que a Frelimo resolveu reprovar o projecto, uma vez que acha estar em posição de força militar e bélica”.
“A Frelimo e os que a apoiam enganam-se, porque a luta não é da Renamo e nem de Dhlakama, mas sim dos moçambicanos que, em caso de desentendimento, perderão a paz e tranquilidade”, declarou Lúcia Afate.
Sobre o armamento, a deputada da Renamo diz que “não há ninguém com balas suficientes para todo o povo moçambicano, uma vez que a luta é do povo”.
Frelimo fechou a possibilidade de resolver pacificamente a crise pós-eleitoral
“Ao reprovar o projecto, a Frelimo mostrou falta de vontade política, na medida em que nesta casa houve projectos e propostas de lei que foram viabilizados depois de várias alterações resultantes de consultas”, disse Lúcia Afate, tendo acrescentado que “a Frelimo pensa que prejudica o partido Renamo, mas engana-se”. Lúcia Afate afirma que “o projecto representa a solução pacífica para o problema actual existente da fraude nas eleições de 15 de Outubro de 2014”. “A Frelimo fecha a possibilidade de resolver pacificamente o diferendo eleitoral e a insatisfação popular”, disse. (André Mulungo)
CANALMOZ – 15.05.2015