Há 400 famílias a passar fome no centro de reassentamento de Mucoa, em Furquia, na província da Zambézia, no centro de Moçambique. As vítimas das cheias alimentam-se apenas de pequenas frutas e tubérculos.
Pelo menos 11 mil famílias em diferentes distritos da Zambézia foram fortemente atingidas pelas cheias de janeiro passado. Agora, enfrentam sobretudo problemas de alimentação e cuidados de saúde.
As vítimas das cheias em Mucoa foram instaladas num centro de acomodação localizado na localidade de Furquia, no distrito de Namacura. Aqui, vivem em tendas 400 agregados familiares, que têm dificuldades em conseguir uma refeição por dia.
"Estamos neste momento a tentar plantar hortícolas, mas já vimos que este ano não vamos conseguir atingir as expectativas que tínhamos", conta um habitante do centro de reassentamento.
Antes das cheias, sempre podiam contar com as suas machambas de milho e feijão, recorda Benita Rodrigues, que também vive no centro. O arroz e o milho, principais culturas alimentares das populações, foram destruídos pelas águas.
Falta de alimentos
As famílias reassentadas queixam-se de fome e dizem que não têm comida adequada. Alimentam-se de folhas de mandioca e de peixe extraído de pequenas lagoas à volta da localidade de Furquia.
Segundo o chefe da localidade, Agostinho Abílio, a situação no centro ainda é "pior do que a registada no ano passado".
A assistência médica é outra das preocupações dos reassentados de Furquia. As famílias que vivem no centro de Mucoa contam com apenas um enfermeiro, que também presta assistência em mais dois centros de reassentamento.
Segundo dados oficiais, a Zambézia tem o maior número de vítimas das cheias instaladas em centros de reassentamento, a maioria dos quais situados em Namacurra, Mocuba e Nicoadala.
In http://www.dw.de/v%C3%ADtimas-das-cheias-passam-fome-na-zamb%C3%A9zia/a-18461908