Comemoração da Independência Nacional
O Estádio da Machava acolheu ontem as cerimónias centrais das comemorações da Independência Nacional, cujas festividades haviam sido lançadas em Abril passado.
O Estado investiu 30 milhões de meticais para reabilitar o Estádio da Machava, local onde foi proclamada a Independência Nacional em 1975.
Com o movimento da “Chama da Unidade Nacional” e com a mobilização realizada pelo partido Frelimo para encher o estádio, não se teve a moldura humana que provavelmente se pretendia. Foi a parceira do partido Frelimo, a Igreja Universal do Reino de Deus, quem desempenhou um papel preponderante para arregimentar os seus fiéis para irem ao estádio simularem ser o povo, o qual há muito já não liga importância aos eventos que deviam ser do Estado, mas que passaram a ser “frelimizados”.
As bandeiras da IURD e do partido Frelimo, as bandeiras da Coca-Cola e a Bandeira Nacional de Moçambique disputavam o espaço.
Falando aos presentes, Nyusi voltou a falar da unidade nacional e da paz, dois conceitos que remetem para a actual situação político-militar no país, devido a desentendimentos com a Renamo.
Foi notória, mais uma vez, a ausência dos principais partidos da oposição em Moçambique, nomeadamente a Renamo e o Movimento Democrático de Moçambique.
As cerimónias alusivas à Independência tiveram três momentos: a deposição da coroa de flores na Praça dos Heróis, o discurso de Nyusi no Estádio da Machava e a recepção official no Palácio da Ponta Vermelha.
Em todos estes momentos, a oposição não esteve presente. Apenas compareceu a “oposição” criada pelo partido Frelimo para fins cosméticos, nomeadamente o partido Trabalhista, de Miguel Mabote, e os Ecologistas, de Massango.
O “Canalmoz” ouviu a Renamo e o MDM, e ambos apresentaram a mesma justificação: a partidarização das cerimónias de Estado.
Segundo Fernando Bismarque, porta-voz da bancada parlamentar do MDM, “as mensagens proferidas sobre a Independência são politizadas”. Bismarque diz também que o MDM não se revê em eventos “politizados” e que “trata-se um dia importante, mas foi usurpado por um grupo de pessoas”.
Por seu turno, António Muchanga, porta-voz da Renamo, considera que “transformam os eventos do Estado em eventos da Frelimo”. Muchanga declara: “Enquanto os actos do Estado forem ‘frelimizados’, não vamos participar”.
Raúl Domingos, Miguel Mabote, João Massango, que são dirigentes de partidos, marcaram a sua presença nas cerimónias. (Redacção com André Mulungo)
CANALMOZ – 26.06.2015