OS países da África Austral condenaram ontem o assassínio, na passada semana, do ex-chefe das Forças de Defesa Nacionais do Lesotho, considerando que a “explosiva situação de segurança” pode fazer descarrilar os esforços para estabilizar o país.
O brigadeiro Maaparankoe Mahao foi morto a tiro, na quinta-feira, dia 25 de Junho, alegadamente por um grupo de soldados.
“Este infeliz e trágico incidente ameaça minar os esforços do reino para uma transição pacífica após as eleições de Fevereiro de 2015”, disse o presidente sul-africano, Jacob Zuma, num comunicado da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Zuma, que preside ao Comité de Segurança do bloco regional, indicou estar “preocupado com a aparente explosiva situação de segurança” no pequeno país, encravado na África do Sul.
Neste sentido, Zuma enviou Cyril Ramaphosa para Maseru. O vice-Presidente sul-africana tem servido de facilitador do difícil diálogo entre as partes basuthos.
O Lesotho enfrenta problemas graves há um ano. As eleições antecipadas fiscalizadas pela SADC e que visavam “virar a página” do golpe de Estado falhado de Agosto de 2014 não acalmaram as tensões.
Depois das eleições, os protagonistas da crise, ligada nomeadamente à politização das forças armadas e da polícia, voltaram a confrontar-se.
O assassinato do brigadeiro Mahao acontece dois meses depois do antigo primeiro-ministro Thomas Thabane – agora chefe da oposição – ter fugido do país, alegando ser alvo de uma conspiração para o assassinar.
Para o Departamento de Estado norte-americano, a morte de Mahao “é o último exemplo – e o mais trágico – dos abusos no seio das forças armadas do Lesotho”.
Tal demonstra “a necessidade urgente de uma reforma do sector da Segurança”, adianta num comunicado divulgado no sábado, 27 de Junho.
NOTÍCIAS – 01.07.2015