O GOVERNADOR da província de Tete, Paulo Auade, disse há dias que a paralisação momentânea da cobrança da taxa de portagem na Estrada Nacional 7, introduzida em Março último pela concessionária Estradas do Zambeze, tem a ver com a falta de comunicação entre a Direcção da empresa e os utentes da via.
“Por causa de mal-entendidos a portagem neste momento não está a operar e aguarda-se pelos novos desenvolvimentos com os operadores” - apontou Paulo Auade. Esclareceu que nocaso da portagem ao longo da Estrada Nacional nº 7, cuja actividade iniciou este ano naquela via, houve um défice na comunicação com a população por parte dos concessionários, visto que eles não interagiram devidamente com os utentes em tempo oportuno.
No entanto o governante de Tete indicou que a tarifa aplicada na portagem de travessia da Ponte Samora Machel, sobre o rio Zambeze, que separa a cidade de Tete, não é cara porque no passado os transportadores semicolectivos de passageiros e carga pagavam pelas duas viagens (ida e volta) 40,00Mt por dia e cerca de 1200,00 meticais por mês.
“Na actual situação o mesmo chapeiro paga somente 300,00 meticais por mês e poupa para as suas economias 900,00” - precisou Auade.
Relativamente às reclamações apresentadas por alguns elementos em nome da sociedade civil Paulo Auade referiu que pelos resultados de parceria alcançados entre o Governo Central e a concessionária Estradas do Zambeze não há razões que levem os transportadores semicolectivos de passageiros, vulgos “chapa”, a pedir o agravamento das tarifas para os utentes destes meios de transporte, dado que eles já poupam 900,00 meticais mensalmente.
Auade apontou que a mesma medida foi extensiva aos residentes da cidade de Tete e município da vila de Moatize, que beneficiam de uma taxa bonificada de 300,00 meticais por mês no uso da Ponte Samora Machel, ao invés de pagar 50,00 por viagem.
Por outro lado, a medida de introdução de portagens ao longo da EN-7, principal eixo rodoviário da província de Tete, traz consigo vantagens, principalmente na segurança dos utentes, assim como contribui para a recuperação de viaturas roubadas ou ilegais, uma vez que nas portagens aos automobilistas é lhes exigida a exibição de títulos de propriedade das viaturas.
Outra vantagem permite é de os operadores dos “chapa” estarem todos devidamente registados para a prática da actividade, para além de que as portagens têm taxas fixas obrigatórias que os gestores das mesmas pagam ao Estado.
“O Governo, através da concessionária, consegue obter por via de taxas cobradas valores financeiros que dinamizam o crescimento socio-económico do país, porque o sector privado é que faz crescer o país” - reconheceu Paulo Auade.
Entretanto, a Direcção da concessionária Estradas do Zambeze está a redobrar esforços junto da ANE para o alcance de uma medida justa e benéfica que não prejudique ambas partes envolvidas no processo de tarifas para as portagens rodoviárias de Tete.
“Estamos com este impasse das portagens que já não nos ajuda porque temos uma frente de operários sentados nos postos de trabalho sem nada fazer mas que devem receber salários. Precisamos de meios financeiros para garantir o funcionamento da máquina toda e outras despesas pontuais que devido a esta paralisação já estamos sem capacidade financeira” - disse uma fonte da Direcção da concessionária Estradas do Zambeze na cidade de Tete.
Bernardo Carlos
NOTÍCIAS – 25.06.2015