Numa altura em que havia algumas indicações de se pretender levar a sério a despartidarização do Estado, cuja urgência foi, de entre outros, aflorada em sede do Relatório do MARP em Moçambique, é uma notícia muito má o facto de o nosso PR estar a incluir, nas suas visitas de trabalho às províncias, quadros do partido Frelimo.
Na visita de trabalho [missão do Estado] que hoje terminou à província de Tete, integravam a comitiva membros da Comissão Política da Frelimo (Alberto Chipande e Lucília Hama, por exemplo), primeiros secretários provinciais (os da Cidade de Maputo e de Sofala, por exemplo), etc., o que é absolutamente inaceitável, tendo em conta que nenhum partido político compõe o Estado, ainda que esteja no poder.
De resto, o Comité Central da Frelimo já foi parte do Estado, nomeadamente de 1975 a 1990, conforme se extrai da Constituição da República Popular de Moçambique, de 1975. Pregar a inclusão, discursivamente, para depois praticar materialmente a exclusão política, Senhor PR, não me parece acertado.
Do PR se espera uma magistratura de influência, uma actuação nitidamente de Estado, sem confundir as esferas (Estado e partido Frelimo).
Particularmente, sinto - me defraudado quando um PR que nos transmitiu alguma esperança no seu discurso inaugural faz mais do mesmo. E Filipe Nyusi está a misturar as esferas desde que iniciou o seu consulado. Muito problemático!
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