O Governo moçambicano acusou hoje em Maputo a Renamo, principal partido de oposição, de violar o acordo de cessação das hostilidades assinado em setembro do ano passado, apontando vários casos como prova do incumprimento.
"No passado dia 03 de julho corrente, a Renamo atacou uma unidade policial no distrito de Tsangano, província de Tete, [centro do país] e no dia seguinte, 04 de julho, cerca das 13:00, voltou a atacar uma viatura que transportava os agentes da lei e ordem, numa clara evidência de que ela não está disposta a se desmilitarizar", disse o chefe da delegação governamental, José Pacheco, falando em conferência de imprensa, na 111.ª ronda do diálogo político entre o Governo e a Renamo.
Segundo Pacheco, na província central de Sofala, membros da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) raptaram e agrediram um chefe tradicional, identificado pelo nome de José Paulo, alegadamente porque estava a mobilizar a população para participar em atividades produtivas no âmbito da divulgação do programa do Governo.
Confrontado pela imprensa sobre as alegações do Governo, o chefe da delegação da Renamo, Saimone Macuiana, afirmou não possuir elementos necessários para a formulação de uma resposta em relação às acusações.
"É verdade que o Governo possa ter trazido essa matéria de forma oral, mas a delegação da Renamo exigiu que o governo trouxesse, nas próximas rondas, por escrito para poder perceber o que está a acontecer", afirmou Macuiana.
Na ronda negocial de hoje, Governo e Renamo entraram no quarto ponto de agenda, que versa sobre "questões económicas", não tendo ainda alcançado qualquer acordo.
As duas partes transitaram para a discussão das questões económicas sem antes terem alcançado acordo em relação ao ponto sobre a desmilitarização do braço armado do principal partido de oposição, devido à exigência do movimento de se desarmar em troca de indicação de seus oficiais para postos de comando nas Forças de Defesa e Segurança moçambicanas.
PMA // EL
Lusa – 13.07.2015