O LÍDER da Renamo, Afonso Dhlakama, defendeu fim-de-semana em Marínguè que o desenvolvimento do país passa necessariamente pela consolidação da paz e democracia e com o envolvimento de todas as forças vivas da sociedade.
Dirigindo-se à população de Marínguè, Dhlakama tranquilizou que a guerra que desencadeou durante 16 anos, efectivamente, passou para a história.
Defendeu também que neste momento as forças residuais da Renamo apenas reagem em legítima defesa quando são alegadamente provocadas pelo Exército, como acontece na zona de Mecumbedzi, no distrito de Moatize, em Tete, onde, segundo ele, lamentavelmente, há mortes e emigração de cidadãos para o vizinho Malawi.
“Não vim aqui para falar da guerra, mas seria difícil falar da democracia e paz sem falar do sacrifício do povo de Marínguè, onde o combate foi renhido, razão pela qual, hoje, a maioria dos membros e simpatizantes do meu partido estão no centro e norte do país. Mas isso não é tribalismo”.
No entanto, Dhlakama voltou a ameaçar prometendo reagir energicamente com bombardeamentos e governar à força ainda este ano, mas com democracia, justiça e interesses superiores nas províncias autárquicas onde reclama vitória nas eleições de Outubro passado.
Observou que tudo vai depender da vontade política do Governo. Apontou que sobre a alegada discriminação partidária nas esferas de desenvolvimento económico do país a pobreza não deve retirar a dignidade de um povo que é soberano. Sensibilizou então os seus correligionários a manterem-se firmes aos ideais da Renamo.
Fortemente acompanhado por homens armados, Dhlakama voltou a Maríngué, seu antigo quartel general, seis anos depois da sua última aparição neste distrito e promoveu uma festa que a designou como de agradecimento aos espíritos e à população local pelos sacrifícios empreendidos durante a guerra. Houve muita comida e bebida com cânticos e danças à mistura.
Horácio João
NOTÍCIAS – 29.07.2015