Ligou para o BCI a indicar as empresas que devem ser seleccionadas para financiamento
As leis e as práticas de alguns governantes não favorecem a actividade do sector privado nacional. A afirmação é do presidente da Associação das Pequenas e Médias Empresas, Inocêncio Paulino, numa entrevista exclusiva para o CanalMoz. Paulino queixa-se das intromissões de alguns ministros, que impedem a existência de um sector privado forte e competitivo, com o objectivo de proteger interesses empresariais de alguns membros do Governo. Nas referidas intromissões, Paulino inclui o actual ministro da Indústria e Comércio, Max Tonela.
Segundo Inocêncio Paulino, a situação faz com que a maioria das pequenas e médias empresas não tenha oportunidades de negócio e nem capacidade de competitividade, devido ao proteccionismo dado pelo Governo a esse pequeno grupo de empresários, que, por sua vez, segundo a fonte, perpetuam a pobreza no país, através de acumulação riqueza em nome do sector privado nacional.
Inocêncio Paulino acusa directamente o ministro da Indústria e Comércio, Max Tonela, de ser o responsável pela existência de “filhos e enteados” no seio do sector privado nacional.
“Recentemente, estivemos a assinar um acordo de parceria com o BCI, e, durante a cerimónia, ligou o ministro da Indústria e Comércio, Max Tonela, para dizer aos gestores do BCI para que assinasse o mesmo contrato com uma suposta rede das PME’s, que nem existe legalmente.
Portanto, é esse proteccionismo, de que estamos a falar, que não ajuda para o desenvolvimento do sector privado no país”, afirma Paulino. Acrescenta que a associação que dirige foi criada para “em primeiro lugar, congregar as pequenas e médias empresas e defender os seus interesses, assegurar que, as mesmas possam ter mais oportunidades de negócios e acima de tudo encontrarem um ambiente favorável para realização de negócios”.
Em cinco anos da existência, a APME criou 3569 novos postos de trabalho e uma carteira de negócio indicativo de 120 milhões de dólares norte-americanos.(Raimundo Moiane)
CANALMOZ – 14.07.2015