A polícia interveio na passada terça-feira numa mina em Báruè em que se verifica uma exploração desenfreada de turmalinas, e deteve 14 estrangeiros de várias nacionalidades indiciados de contrabado do minério, disse à Lusa fonte policial.
Belmiro Mutadiua, porta-voz da polícia na província de Manica, disse que uma acção conjunta da polícia de protecção e ambiental contra estrangeiros ilegais envolvidos na compra e contrabando permitiu apreender quatro quilos de turmalina de primeira qualidade e 60 mil meticais.
“A polícia teve que intervir na semana passada depois de notar a proliferação de estrangeiros, a maioria ilegais. Foram detidos numa mina em Nhampassa, envolvidos na compra de turmalina em Báruè”, precisou Belmiro Mutadiua, insistindo que a operação incidiu contra estrangeiros em situação ilegal.
A maioria dos detidos são da região dos Grandes Lagos, mas inclui também zimbabweanos e malawianos, que se faziam transportar em potentes viaturas com matrículas estrangeiras, e que se tinham instalado na vila de Catandica, a sede de Báruè, para viabilizar o comércio das pedras preciosas.
“Não somos contra a presença de estrangeiros na nossa província, mas contra a ilegalidade de estrangeiros e a delapidação dos recursos minerais e faunísticos”, disse Belmiro Mutadiua.
Há um mês foram descobertos novos jazigos de turmalinas, com uma exploração desenfreada, numa área mineira concessionada ao líder da Renamo, Afonso Dhlakama, na zona de Nhampassa (Báruè), o que tem estado a atrair vários estrangeiros para a região.
As autoridades policiais e de migração estão a trabalhar no processo de repatriamento dos estrangeiros ora detidos.
Em 2007, já houve uma grande afluência de estrangeiros a Catandica após a descoberta de jazigos de turmalinas na mesma região, tendo uma acção da Polícia travado a exploração ilegal e o contrabando do minério.
O Governo de Báruè já havia manifestado preocupação com o grande número de estrangeiros naquela pequena vila a norte de Chimoio, a capital de Manica, onde antes foram repatriados centenas de estrangeiros, também da região dos Grandes Lagos.
Joaquim Zefanias, administrador de Báruè, já havia classificado a presença de estrangeiros como "caótica", estimando que 4.000 garimpeiros e vendedores do minério estejam envolvidos no negócio de turmalinas.
Lusa – 15.07.2015
NOTA:
Notícia relacionada:
Frelimo acusa a empresa mineira do Afonso Dhlakama de falta de segurança no trabalho
Recursos minerais em Barue – Manica
O primeiro secretário distrital do partido Frelimo em Báruè, Adriano Passanduca acusou na última sexta-feira (10) a empresa mineira do líder da Renamo, Afonso Dhlakama de falta de segurança no trabalho causando na semana passada morte de um garimpeiro e 6 feridos ligeiros, tudo isto após de cair num dos buracos de 8 a 15 metros de profundidade devido ameaças de homens de segurança daquela empresa.
Trata-se de uma empresa mineira que localiza-se em Nhampassa no distrito de Báruè na província de Manica onde participam mais de 3 mil garimpeiros, destes estrangeiros e moçambicanos de quase todas províncias.
De acordo com Passanduca aquela empresa também não está pagar os impostos ao estado moçambicano.
Em relação ao pagamento de imposto os analistas académicos, José Augusto e Hilário Diogo dizem que não seria justo cobrar os impostos apenas a empresa do Afonso Dhlakama quando no país há muitas empresas e chefes do partido no poder que não pagam nenhuma quinhenta ao estado.
Também José Augusto e Diogo dizem no programa de resenha semanal, edição da Rádio Catandica em parceria com Mecanismo de Apoio à Sociedade Civil (MASC) que a iniciativa e vontade daquela empresa de dar acesso às pedras preciosas aos cidadãos é boa, só que a mesma empresa deve criar condições de segurança no trabalho para evitar perca de vidas humanas de qualquer maneira.
In http://baruemozambique.blogspot.pt/2015/07/frelimo-acusa-empresa-mineira-do-afonso.html