CHEFE do Estado, Filipe Nyusi, admitiu ontem em Paris que, brevemente, se vai encontrar com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, com vista à troca de impressões sobre a paz e estabilidade de Moçambique.
Respondendo a perguntas de jornalistas no final da sua visita a França, Filipe Nyusi disse que o objectivo principal deste encontro é sustentar a estabilidade, manter e alimentar a paz no país.
“Como sempre disse, a paz tem de ser alimentada continuamente. Como se costuma dizer, falando é que a gente se entende. Depois veremos quais são as preocupações. Uma das questões, se calhar, é avaliar o estágio da situação para ver onde é que se pode desbloquear”, explicou o Presidente.
Nyusi não precisou datas nem o local do encontro, mas deixou claro que este não se destina a trazer conclusões, por, na sua óptica, não haver o que está mal. “As eleições terminaram, tomámos posse e as coisas no Parlamento estão a funcionar. Portanto, pode haver sugestões sobre a integração deste ou daquele no Estado”, referiu.
A seguir, o Presidente da República deplorou a atitude dos deputados da Renamo na Assembleia da República pelo que considera falta de sentido de Estado, sobretudo quando certas vezes faltam a visitas ao exterior.
“Por exemplo, quando fomos a Tanzania convidámos os deputados de todos os partidos com assento na Assembleia da República, mas apenas dois é que seguiram viagem. Lá fomos recebidos por todas as forças políticas tanzanianas que estão na Assembleia. Fizemos uma outra viagem a Portugal, repetiu-se o cenário, mas todos os partidos que discutem no parlamento português, independentemente das sua diferenças, estiveram lá e penso que isso é bonito porque transmite um sentido de Estado e o povo acredita em organizações sérias”, lamentou o Presidente.
Ainda sobre a paz, Filipe Nyusi defende que os moçambicanos devem estar preparados para que esta palavra não desapareça do seu vocabulário. Acrescentou que o fundamental é a existência de uma boa governação no sentido de se facilitar a vida do cidadão.
Na visita a França, que durou três dias, o Presidente da República fez-se acompanhar, para além da sua esposa, Isaura Nyusi, pelos ministros dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi, da Indústria e Comércio, Ernesto Tonela, da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, e do Mar, Águas Interiores e Pesca, Agostinho Mondlane. Também fez parte da delegação presidencial um grupo de empresários filiados na Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA).
Tratou-se, segundo o Chefe do Estado moçambicano, de uma visita eminentemente económica dado o interesse que os dois estados (Moçambique e Franca) têm no relançamento da cooperação económica.
Alguns dos resultados desta visita, segundo o estadista moçambicano, já estão à vista, sobretudo, porque há franceses que já conhecem Moçambique e têm identificados os projectos nos quais pretendem investir.
Entretanto, o Chefe do Estado deixou na noite de ontem Paris de regresso a Moçambique.
Titos Munguambe, em Paris
NOTÍCIAS – 21.07.2015
NOTA: Outra vez?...
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE