A Comissão da Paz, Democracia e Desenvolvimento Económico e Social da Renamo, principal partido de oposição moçambicana, é mais um contributo do movimento para a resolução abrangente dos problemas do país, disse hoje à Lusa o porta-voz do partido.
"Com a comissão, pretendemos abordar de forma abrangente e integrada as principais preocupações dos moçambicanos, porque o objetivo da paz não pode ser alcançado sem democracia e esta não pode florescer sem o desenvolvimento económico e social, há uma relação de interdependência entre as três dimensões", afirmou António Muchanga, a propósito da inauguração no fim de semana da Comissão da Paz, Democracia e Desenvolvimento Económico e Social, na cidade da Beira, capital da província de Sofala, centro do país.
Num contexto de incerteza em relação à estabilidade política no país, devido à convivência tensa entre a Renamo e a Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), partido no poder, o surgimento da comissão reforça o compromisso do principal partido de oposição com a paz, adiantou Muchanga.
"A Renamo esteve sempre comprometida com a paz e agiu sempre em legítima defesa e o surgimento da comissão pode ser lido como mais um sinal de seriedade do partido com um bem precioso como a paz", afirmou António Muchanga.
A Renamo decidiu criar a Comissão da Paz, Democracia e Desenvolvimento Económico e Social em junho passado durante a reunião do Conselho Nacional do Movimento realizado em junho último.
A Renamo contesta o resultado das últimas eleições gerais e propõe a criação de autarquias à escala provincial em todo o país, mas pretende governar com efeitos imediatos nas seis regiões onde reivindica vitória eleitoral.
O projeto das autarquias provinciais foi chumbado no parlamento pela maioria da Frelimo, mas Afonso Dhlakama já declarou que este modelo de governação vai avançar "a bem ou a mal".
PMA // EL
Lusa – 13.07.2015