O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, quer ver a Frelimo e o MDM integrados na comissão de paz criada pelo maior partido de oposição, considerando que o órgão agora criado é "apartidário e pacificador".
Em declarações à Lusa, Afonso Dhlakama disse que o organismo, oficialmente instalado no sábado numa das suas residências na Beira pretende defender a população de crises políticas.
"A comissão de paz não é uma força política, mas uma organização que engloba todos aqueles com boa vontade de poder trabalhar para este povo sofredor", declarou Afonso Dhlakama, convidando os partidos políticos a integrarem a comissão, que defende, "seja de académicos, intelectuais e profissionais".
O presidente da Renamo defende ainda que a comissão não seja confundida com uma estrutura político-partidária, por ter saído de uma reunião da Renamo, acrescentando que o organismo não terá símbolos do seu movimento.
"Nesta organização serão recebidos membros da Renamo, ou do MDM e Frelimo ou da sociedade civil, desde que tenham boa fé para contribuir para o fim do sofrimento", declarou Afonso Dhlakama.
A Renamo decidiu criar a Comissão da Paz, Democracia e Desenvolvimento Económico e Social em Junho passado durante a reunião do Conselho Nacional do Movimento realizado em Junho último.
A inauguração das instalações onde funciona a sede da comissão na Beira foi presenciada no sábado por régulos e religiosos e o objectivo é alargar-se depois para outras regiões do país.
A Renamo contesta o resultado das últimas eleições gerais e propõe a criação de autarquias à escala provincial em todo o país, mas pretende governar com efeitos imediatos nas seis regiões onde reivindica vitória eleitoral.
O projeto das autarquias provinciais foi chumbado no parlamento pela maioria da Frelimo, mas Afonso Dhlakama já declarou que este modelo de governação vai avançar "a bem ou a mal".
Lusa – 15.07.2015