A PROVÍNCIA de Inhambane acolhe a partir de hoje o primeiro simpósio internacional sobre o papel dos meios de comunicação social na promoção do turismo e combate à caça furtiva no mundo e no país em particular.
O evento da iniciativa da Rádio Moçambique (RM), no âmbito das celebrações dos 40 anos da sua criação, será uma oportunidade para a apresentação e debate de trabalhos jornalísticos que mostram os efeitos devastadores desse fenómeno.
A valorização das línguas tradicionais moçambicanas e o seu impacto no combate à caça furtiva será outro tema a ser debatido no seminário, com o objectivo de envolver todas as comunidades no combate a este mal.
Moçambique é o país africano com o quarto maior número de elefantes abatidos ilegalmente em todo o continente e os casos recentes referem-se aos animais que se aventuraram a atravessar a fronteira do Parque Nacional do Kruger para o território nacional.
De acordo com os resultados do censo nacional de elefantes no país, 95 por cento da perda total da população de paquidermes ocorreu na região norte, onde a população diminuiu de 15.400 para 6.100, no período em alusão.
O estudo indica que, no geral, o país perdeu 48 por cento dos seus elefantes nos últimos cinco anos. O número de animais passou de pouco mais de 20 mil para cerca de 10.300, um declínio causado em grande parte pela caça furtiva.
O relatório mostra também que o Parque Nacional das Quirimbas lidera a lista de locais com maior população, com cerca de 600 animais, seguido de Tete e o Parque Nacional do Limpopo, na província de Gaza respectivamente.
Moçambique tornou-se também num corredor para o contrabando de chifres de rinocerontes com destino à Ásia. Só nos últimos anos, segundo o relatório da World Wide Fund (WWF) de 2006 a 2012, cerca de 4 mil rinocerontes foram caçados ilegalmente em 11 países africanos.
Cerca de 95 por cento destes casos, informa o relatório, tiveram lugar na África do Sul e no Zimbabwe, países que fazem fronteira com Moçambique, e são considerados como centro da caça furtiva na África Austral.
Em 2014, só no Parque Nacional da Gorongosa, no centro país, as autoridades moçambicanas indicaram que cerca de seis mil animais foram mortos, 3300 armadilhas foram desmanteladas e 250 caçadores furtivos foram presos.
Importa referir que, esta semana num processo levado a cabo pelos ministérios do Interior e da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, foram incinerados 2434,6 quilogramas de peças de marfim e 193,5 quilogramas de cornos de rinoceronte que haviam sido apreendidos em operações de combate ao tráfico destas espécies animais.
NOTICIAS – 13.07.2015