O DISTRITO de Mulevala, na província da Zambézia, precisa de mais de três mil carteiras para cobrir as suas necessidades em mobiliário escolar. Dados em nosso poder indicam que aquele distrito, recentemente criado, conta actualmente com 250 carteiras, número que está muito aquém das necessidades, o que faz com que milhares de crianças se sentem no chão para assistir às aulas.
A directora dos Serviços Distritais da Educação, Ciência e Tecnologia de Mulevala, Anastácia Gabriel, disse há dias à nossa Reportagem que o distrito tem um efectivo de 33.744 alunos da primeira a décima classe. Segundo a nossa entrevistada, a insuficiência de carteiras escolares e salas de aula convencionais constituem as principais dificuldades, sendo que para contornar as carências em carteiras o Governo distrital está a colocar bancos nas salas de aula, de modo a que os alunos possam assistir às aulas sem contraírem doenças devido à humidade.
A rede escolar de Mulevala é constituída por 79 escolas, das quais 67 são construídas com material precário e 12 com material convencional. A directora da Educação, Ciência e Tecnologia disse que o Governo distrital mobilizou as comunidades locais para construirem mais 28 salas de material precário, com vista a reduzir a sua falta no distrito.
O corpo docente também não cobre as necessidades locais. Dados em nosso poder indicam ainda que o distrito conta actualmente com 480 professores, sendo que o défice é de 33 docentes, cujos processos administrativos para a sua contratação estão ainda na direcção provincial da Educação e Desenvolvimento Humano.
Aquela responsável do sector de Educação explicou que enquanto não houver a contratação de mais professores, os que estão em exercício são obrigados a leccionar um turno e meio para cobrir o défice.
Entretanto, as chuvas que se abateram sobre o distrito no início deste ano destruíram muito material didáctico de professores e alunos. Todavia, os livros já foram repostos, mas mesmo assim as autoridades governamentais locais pedem mais material didáctico para o aprovisionamento para resolver questões de última hora.
O distrito de Mulevala debate-se ainda com a falta de meios de transporte para a supervisão pedagógica. Os técnicos enfrentam muitas dificuldades para se deslocarem aos postos administrativos para a supervisão pedagógica.
Jocas Achar
Notícias – 10.07.2015