Um contingente fardado da Unidade de Intervenção Rápida, ex-FIR, pôs-se a consumir álcool e começou a violentar cidadãos, há dias, tendo inclusivamente ameaçado violar sexualmente raparigas na vila de Xinavane, na província de Maputo.
Tudo começou quando num sábado, os trabalhadores da açucareira de Xinavane ameaçaram entrar em greve para reivindicar os seus direitos, que dizem que estão a ser violados pelo patronato. Os trabalhadores queixam-se de más condições de trabalho.
Apercebendo-se do potencial da greve, a direcção-geral da açucareira mandou chamar a Unidade de Intervenção Rápida da Polícia.
Quando o contingente da UIR chegou à vila, os trabalhadores desistiram da greve, com medo de serem espancados ou até mortos. Sem greve e sem qualquer tarefa a desempenhar, os agentes da UIR dirigiram-se às barracas e começaram a beber enquanto estavam fardados e armados, tal como documentam as imagens.
Estavam espalhados por várias barracas. Já embriagados, começaram a pegar em qualquer cidadão e a espancar. Várias raparigas tiveram de fugir, com medo de serem violadas, pois é que os agentes da Polícia estavam a prometer fazer.
A acção da UIR começou por volta as 12.00 horas e prolongou-se até à meia-noite, espalhando terror na vila. Durante a noite, aqueles agentes dirigiram-se às discotecas locais e escolhiam mulheres para dançar com eles, em gestos obscenos, na presença dos parceiros das mesmas. O parceiro que ousasse defender a sua namorada era de imediato brutalmente espancado.
Foi o que aconteceu com o jovem Arlindo Nhanombe. Tentou chamar à razão os agentes da UIR na discoteca “Contentor” e foi brutalmente espancado, até deslocar o braço, tendo sido levado ao posto médico.
Quando regressou do posto médico, no dia seguinte, apresentou uma queixa contra aqueles agentes, mas nada aconteceu, porque a Polícia local está a encobrir os actos de brutalidade dos agentes da UIR. A população foi ameaçada para não denunciar.
CANALMOZ – 14.08.2015