A Comissão Política da Frelimo acusou a Renamo de evitar a sua desmilitarização ao suspender a participação nas negociações de longo prazo com o Governo.
"A Comissão Política [da Frelimo] foi informada sobre o estágio actual do diálogo entre o Governo e a Renamo e considera que a postura assumida pela Renamo e seu líder faz parte das manobras dilatórias que têm por finalidade impedir a desmilitarização e a reinserção económica e social dos seus homens residuais e o cumprimento efetivo do Acordo de Cessação de Hostilidades Militares", diz um comunicado daquele órgão da Frelimo enviado à Lusa.
Na nota de imprensa, a Comissão Política da Frelimo saúda o presidente do partido e chefe de Estado, Filipe Nyusi, pelo convite que endereçou ao líder da Renamo, Afonso Dhlakama, para um encontro sobre a paz no país.
Moçambique vive momentos de incerteza devido às ameaças do principal partido de oposição de governar à força nas seis províncias do centro e norte onde reivindica vitória nas eleições gerais de Outubro do ano passado, caso a Frelimo continue a rejeitar a formação de autarquias provinciais nesses pontos do país.
Na segunda-feira, Filipe Nyusi formulou um convite a Afonso Dhlakama para um encontro de reflexão sobre a paz, que foi inicialmente rejeitado pela Renamo por considerá-lo vago.
A Presidência endereçou um segundo convite que ainda não obteve resposta por parte de Afonso Dhlakama.
Na sexta-feira da semana passada, Dhlakama anunciou que suspendia a participação da delegação da Renamo nas negociações de longo prazo com o Governo sobre a instabilidade política no país, iniciadas em 2013, numa altura em que as Forças de Defesa e Segurança e o braço armado do principal partido de oposição se confrontavam no centro do país.
Os confrontos cessaram formalmente em Setembro do ano passado, com a assinatura do Acordo de Cessação das Hostilidades Militares entre Afonso Dhlakama e o ex-Presidente Armando Guebuza.
Lusa – 27.08.2015