Munícipes residentes na cidade de Quelimane sobretudo aqueles que acompanharam atentamente a visita do líder da Renamo a aquela cidade, consideram Afonso Dhlakama como sendo um actor de teatro que não usa a politica para resolver os problemas dos moçambicanos, mas sim para entreter o povo.
Os que falaram para a nossa equipa de Reportagem, momentos depois de terminar o comício que Dhlakama orientou em Quelimane para por fim a sua estadia, foram unânimes em dizer que não ouviram nada novo, pese embora ele tinha dito em algum momento durante o comício que tinha novidades para contar.
Os mesmos, dizem que a insatisfação, começa quando Dhlakama escala a cidade de Quelimane na passada tarde de terça-feira (18), e dizia de viva voz que na reunião que teria com os desmobilizados de guerra do seu partido, cabia a eles decidirem o futuro deste país, "eu estou cansado, eles andam a dizer que eu estou a comer com a Frelimo, por isso chamei todos para conversarmos, aquilo que eles decidirem eu não vou impedir, podem dizer vão rebentar com tudo isso agora eu vou deixar", estivemos a citar Dhlakama.
Arnaldo Jorge um dos presentes, disse que as expectativas em torno das decisões que seriam tomadas na reunião eram enormes. Arnaldo conta que, as palavras de Dhlakama após a sua chegada foram motivos de conversa não só no mercado onde exerce a sua actividade bem como no bairro onde ele vive, "estávamos a espera, e depois ansiosos pensando o que vão decidir, aguardávamos as decisões que seriam tomadas naquela reunião nacional da perdiz", disse. Segundo disse, para o seu descontentamento Dhlakama na abertura da referida reunião isola-se e adverte os seus homens " aquilo que vocês decidirem eu não vou negar, mas quero adiantar se decidirem fazer a guerra eu vou dizer não, podem escolher um outro comandante em chefe, porque eu tenho dito já estou a governar".
Marchande Jorge, outro cidadão que também diz não perceber qual foi a real agenda que levou o líder da Renamo a escalar Quelimane, entende que Dhlakama esta esgotado em termos políticos. Para ele, parece que o líder da Perdiz já percebeu que o povo esta cansado das suas promessas dai que, uma das formas que encontrou de manter é entreter as pessoas, voltar a produzir mais mentiras que algum momento fazem com que ele minta e desminta ao mesmo tempo.
Marchande, questiona como Dhlakama diz que vai governar sem o uso da força e meia volta fala do plano de abertura de um quartel-general no distrito de Morrumbala, bem como a formação de uma polícia composta pelos seus homens, que segundo ele tem como objectivo proteger a população dos males que a Frelimo causa ao povo.
Na opinião de todos nossos entrevistados, Dhlakama não devia ter vindo a Zambézia porque os zambezianos não ouviram nada, se não vamos governar. (António Munaíta)
DIÁRIO DA ZAMBÉZIA – 24.08.2015