A LUTA PELO PODER DAS RIQUEZAS DE MOÇAMBIQUE PELA CÚPULA FRELIMISTA
Não é justo que se diga que foi ALBERTO CHIPANDE o iniciador da luta armada pela Independência de Moçambique. Essa afirmação não têm fundamento nem credibilidade a nível de todos os guerrilheiros e comandantes que fizeram parte daquele dia histórico. Não se sabe bem, quem na verdade iniciou o combate contra o regime colonialista na noite de 25 de Setembro de 1964. A palavra de ordem dada pela direção da Frente de Libertação de Moçambique, Frelimo, foi transmitida aos comandantes de todas as unidades da guerrilha que se encontravam posicionadas no interior de Moçambique nas quatro Províncias, de Cabo Delgado, Niassa, Zambézia e Tete. Todos executaram o plano nessa mesma noite, pois tratava-se de uma acção Nacional e não uma atitude a assumir por alguém designado para se atribuir o feito a Alberto Chipande, comandante na frente de Cabo Delgado. Por isso, não se sabe ao certo quem disparou o primeiro tiro naquela noite. Na lógica tanto Alberto Chipande como outro comandante, podem ter ordenado o primeiro tiro. A notícia que chegou mais tarde à sede da Frelimo em Dar-és-salaam, como tendo sido Chipande a dar início à luta armada pela Independência de Moçambique, carece de veracidade.
Alberto Chipande, não está sendo coerente ao reivindicar para si tal feito !! Ao dizer que foi ele quem disparou o primeiro tiro, menosprezou o valor de acção dos comandantes das outras três Províncias e isso fica- lhe mal como comandante. Na frente de Tete, quando se recomeçou a luta armada, não tivemos essa confusão, porque eu comandante Zeca Caliate, tinha recebido a ordem para reiniciar o combate na madrugada do dia 8/3/1968. Aí tenho a certeza que fui eu quem efectuou o primeiro disparo naquele Posto Administrativo de Gago Coutinho, também conhecido por Malewera. O meu ex-colega também comandante da segunda zona operacional, António Kanhemba, (Luís Njanji), que se encontrava na zona mais avançada de Furancungo, quando o mensageiro lhe entregou a ordem do conselho Provincial para recomeçar os confrontos naquela zona, já a guerra tinha sido iníciada por mim comandante da primeira zona. Isso não criou nenhum problema entre nós os comandantes, pois as acções sucediam-se consuante as ordens do comando central. Quanto a isso ninguem pode ter a mínima dúvida!!!
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