Radicalismo e arrogância ameaçam a paz
Quando se esperava uma investigação responsável e isenta sobre a tentativa de assassinato de Afonso Dhlakama – acção que é atribuída às forças governamentais – o Governo prefere optar pelo radicalismo e arrogância. Na terça-feira, o Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique anunciou que instaurou dois processos-crime contra a Renamo, na sequência dos tiroteios de Zimpinga.
Afonso Dhlakama escapou a uma tentativa de assassinato no passado sábado no distrito de Gondola e neste momento encontra-se em parte incerta.
Nas contas da Polícia apresentadas na terça-feira, das 21 vítimas mortais, 20 são elementos que faziam parte da escolta do presidente da Renamo, e um é o motorista que na altura conduzia um “minibus” que circulava no local onde se registou a emboscada.
O Governo, através do Comando-Geral da PRM, decidiu unilateralmente responsabilizar a Renamo pela morte do motorista, alegando que o mesmo foi atingido mortalmente por tiros disparados por elementos da escolta do presidente da Renamo.
É com base nesta invenção que a Polícia, principal suspeita dos ataques, decidiu abrir um processo-crime contra a Renamo.
No segundo processo, a PRM responsabiliza a Renamo pelo choque entre uma viatura da escolta da Renamo e um camião que também circulava, na altura, no mesmo local do confronto.
A PRM diz que o acidente foi provocado pela viatura da escolta que foi embater no camião, tendo provocado a paralisação completa do trânsito rodoviário no local.
É uma tentativa desesperada da Polícia de se ilibar de um crime grave em que todas as suspeitas recaem sobre si. (Raimundo Moiane)
CANALMOZ – 30.09.2015