Motas de “camaradas” sem matriculas
Nem a edilidade, nem INATTER e muito menos a Polícia de Trânsito conseguem pôr ordem
O assunto que temos vindo a reportar sobre as motas que foram entregues aos camaradas na campanha eleitoral rumo as eleições do ano passado, quando tentámos abordar, para alguns parece um bicho de 7 cabeças, principalmente para as entidades que velam pela fiscalização daquele tipo de velocípedes com motor.
Nenhuma instituição consegue agir contra essa ilegalidade que é protagonizada pelos membros da Frelimo. Só para recordar o estimado leitor, na edição 2.039 dizíamos nós que, depois de colocarmos o assunto ao Conselho Municipal de Quelimane, estes diziam que por um lado a responsabilidade de atribuir matrículas a aquelas motorizadas, era do Instituto Nacional de Transportes Terrestre (INATTER), e por outro admitiam que a Polícia Municipal (PM), estava distraída porque apesar de não ser órgão competente para licenciar tem uma parte que é exigir o manifesto.
Por sua vez, o Instituto Nacional de Transportes Terrestres, na voz do seu delegado, Afonso Próspero, disse esta terça-feira (15), que não sabia quais as razões que fazem com que os camaradas não licenciem os seus motociclos um ano depois de receberem, numa altura em que aconselha o Conselho Municipal de Quelimane a ter que entrar em contacto com a INATTER para explicações do que pode fazer para resolver este assunto.
PT também com medo de agir
Esta quarta-feira (16), a nossa equipa de Reportagem escalou o Comando Provincial da PRM na Zambézia, mas concretamente o Departamento da Polícia de Trânsito e no sector de Piquete onde os agentes em serviços declinaram em falar sobre o assunto, e orientaram-nos a ir para secretaria do Departamento, onde podíamos falar com o Chefe das Operações o qual apenas tivemos acesso o seu único nome Leite.
Chegados lá, encontramos o tal Leite e este depois de ouvir atentamente o assunto que estávamos a colocar, este "transbordou" das suas emoções e visivelmente irritado, disse igualmente que não seria ele a falar sobre o assunto, mas sim o seu chefe. Incrível que pareça, quando o questionámos onde era o gabinete do tal chefe, este orientou a nossa equipa de Reportagem a ter que ir novamente a Secretaria e lá podíamos ser indicados. Mesmo sabendo que o tal gabinete está localizado mesmo ao lado do seu local de trabalho onde estávamos no primeiro andar do Comando Provincial, Leite não foi capaz de dizer coisa com coisa. Sem sucesso, fomos informados que o mesmo não se encontrava no referido gabinete.
Pelos vistos ninguém quer falar sobre este assunto, se calhar por se tratar do partido Frelimo e que a chefia toda, por exemplo do INATTER e da Polícia de Trânsito deve estar com medo de perderem os postos de chefia.
DIÁRIO DA ZAMBÉZIA – 17.09.2015