O Presidente da República, Filipe Nyusi, galardoou hoje, em Maputo, dez personalidades moçambicanas que deram o seu contributo na construção e defesa do país, desde os primórdios da arquitectura ideológica da luta pela independência nacional até a actualidade.
Foram condecorados com a Ordem Eduardo Mondlane, no primeiro grau: Janeth Mondlane, Bonifácio Gruveta e Daniel Assael Poleta, estes dois à título póstumo. Coube a Joaquim Chissano e Mariano Matsinhe a Ordem Samora Machel, do no primeiro grau: enquanto José Soares e Lourenço Cumbe foram galardoados com a Ordem Militar 25 de Setembro, primeiro grau:
A Ordem 4 de Outubro do primeiro grau coube ao diplomata Francisco Madeira. Medalha de Mérito académico: Maria Inês, à título póstumo, e Medalha de Mérito Artes e Letras: Mia Couto.
Receberam as insígnias e diplomas de Chissano, Gruveta, Poleta, Maria Inês e Mia Couto seus respectivos filhos, por seus progenitores estarem ausentes da cerimónia.
Falando momentos após dirigir a cerimónia de entrega de insígnias e respectivos diplomas, Nyusi frisou que a contribuição dada pelas figuras condecoradas constitui acto simbólico e de admiração do povo.
Ademais, para o Chefe do Estado, o empenho prestado pelas personalidades galardoadas representa uma honra para o país em todas as dimensões e serve de educação para as gerações vindouras.
Queremos ainda com este gesto simbólico, injectar à nova geração o espírito de bravura e responsabilidade pelo trabalho, disse.
Nyusi sublinhou que o país vai continuar a buscar sinergias que concorrem para o bem-estar dos moçambicanos, através da utilização da capacidade de cada cidadão na edificação do Estado de Direito e Democrático.
Por sua vez, Nyeleti Mondlane afirmou que o reconhecimento do povo moçambicano à Janeth Mondlane, sua mãe, é merecido.
Nyeleti, que falava à imprensa, explicou que a Janeth esteve engajada em actividades revolucionárias do país.
Segundo Nyeleti, que é vice-ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, sua mãe participou ainda nas modalidades de financiamento das escolas da Frelimo, durante a luta pela independência de Moçambique.
Conheceu Eduardo Mondlane muito jovem. Através das interacções com ele veio para Moçambique pela primeira vez em 1961 e aprendeu a amar o povo de Eduardo Mondlane. Nas actividades revolucionárias destacou-se na procura de formas de financiar as escolas da Frelimo, as nossas crianças nas zonas libertadas, às enfermeiras, uma variedade de trabalho dentro da luta de libertação de Moçambique, disse.
Acrescentou que após a proclamação da independência nacional, em 1975, Janeth liderou o sector da saúde, através da Cruz Vermelha de Moçambique.
Ela participou com todo o seu coração, com toda a sua alma e dedicação e isso requereu muita coragem, afirmou.
Para Mariano Matsinhe, o reconhecimento significa viver em sociedade e valorizar o esforço empreendido em prol da libertação do país.
Finalmente, neste mundo, não estou sozinho, há pessoas que me vê como pessoa. Estou muito agradecido, vincou.
Matsinhe, antigo combatente, disse ser necessário que a nova geração desenvolva o espírito de sacrifício e de entrega, sobretudo aos desafios actuais.
A nova geração deve aprender, não só através de mim, mas de todos os outros. Deve aprender de toda nossa história, desta epopeia que nós passamos pela independência de Moçambique, frisou.
Participaram da cerimónia os Presidentes, do Conselho Constitucional, Hermenegildo Gamito, e dos Tribunais Supremo e Administrativo, João Beirão, Machatine Muchanga, respectivamente, a Procuradora-Geral da República, Beatriz Buchili, o Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, os membros do Governo, bem como o antigo presidente da República, Armando Guebuza.
Acácio Chirrinzane (AC)/DT
AIM – 23.09.2015