AS principais bases do movimento de luta de libertação nacional estão a ser restauradas com vista à sua melhor preservação, no âmbito de um programa lançado pelo Ministério dos Combatentes.
Destaque vai para bases localizadas nas províncias do Niassa e Cabo Delgado. Aliás, foi nestas regiões que a luta de libertação nacional conheceu uma grande adesão da população, daí que nestas regiões do país se encontre um grande número de antigos combatentes.
No Niassa, localiza-se a Base Gungunhana, que sofreu uma transformação que pode reactivar a memória dos guerrilheiros que ali estiveram. Foi através desta base que o Presidente Eduardo Mondlane entrou em Moçambique para perceber o impacto da progressão da luta. Hoje, a base tem palhotas, pequenas trincheiras que simbolizam momentos vividos na década de 60.
Ainda no Niassa, mesmo nos arredores da cidade de Lichinga, pode-se contemplar um local, hoje restaurado, onde a PIDE fazia fuzilamentos massivos de colaboradores da então Frente de Libertação de Moçambique. Já na província de Cabo Delgado, a Base Moçambique, uma das mais célebres nas operações da luta de libertação nacional, no distrito de Muidumbe, conheceu obras de beneficiação. Com placas de identificação e palhotas que acolheram altos dirigentes no tempo da guerra, como Samora Machel, Alberto Chipande e Francisco Papalo. Mas em Nangade, a Base Beira confunde-se hoje com um local turístico, tal é a imagem que hoje ostenta.
De entre os nomes que constam nas placas fixadas na Base Beira, em Nangade, Cabo Delgado, estão os dos generais Pachinuapa, Nambilyapano, do General M`tumuque.
No centro de Moçambique, a história repete-se: A Base Nhamandimo, no distrito de Chiringoma, já tem marcas que o tempo jamais apagará, pois nela está registada a história do povo heróico do território que se chamou Mussa Al Bique.
Nhakaduzuduzu, uma base mais a norte do distrito de Guru, na província de Manica, que acolheu o 4.º sector da luta de libertação, já constitui um local de manifestação cultural da província. A comemoração do 3 de Fevereiro de 2009 na província teve lugar na base onde o comandante Massesse abateu um helicóptero do Exército colonial, mostrando a veia de coragem e determinação.
A base Mongoe fica localizada no distrito de Milange, na Zambézia, e já esta restaurada, e com um monumento de uma arquitectura invejável. Foi a base que na década de setenta acolheu os combatentes que consolidaram as operações da frente em toda a província da Zambézia.
Com este trabalho nas diferentes bases usadas pelo movimento de libertação visa-se imortalizar os locais históricos e para que sirvam de fonte de inspiração para as gerações vindouras.
LOURENÇO CHAPO - colaboração
NOTÍCIAS – 14.09.2015