A delegação da União Europeia em Maputo pediu segunda-feira, dia 14 de Setembro, uma "investigação célere e completa" do ataque contra uma coluna em que seguia o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, considerando que o incidente prejudica os esforços de paz.
"O povo de Moçambique merece ser informado com total clareza sobre o ocorrido", defende um comunicado enviado à Lusa em nome dos chefes de missão da União Europeia acreditados no país, na sequência de um ataque, no sábado, na província de Manica, contra a caravana que transportava o presidente da Renamo.
Segundo a delegação da União Europeia, o ataque, de que Dhlakama saiu ileso, "prejudica os esforços para alcançar a paz e a estabilidade em Moçambique", lembrando que "o agravamento de tensões e da violência afecta não só a população e o desenvolvimento do país, como tem também impacto no comércio e investimento".
Os chefes de missão dos países da União Europeia "encorajam todas as partes à contenção e a encontrarem neste momento vias para a criação de um clima de confiança", prossegue o comunicado, que apela para o diálogo construtivo entre as partes, na base de que "as divergências de natureza política devem ser abordadas por meios pacíficos".
A declaração da Delegação da União Europeia segue-se a dois outros pronunciamentos de missões estrangeiras em Moçambique, com as embaixadas dos Estados Unidos e do Canadá em Maputo a condenaram também o ataque e apelando igualmente para a contenção das partes.
O ataque aconteceu em Chibata, junto do rio Boamalanga, quando a comitiva de Dhlakama regressava de um comício em Macossa e se encaminhava para Chimoio, capital de Manica.
A guarda da Renamo respondeu aos tiros e entrou no mato em perseguição dos atacantes, que jornalistas, militares da Renamo e o próprio Dhlakama no local identificaram como elementos da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) das forças de defesa e segurança.
Mais tarde, Dhlakama atribuiu à Frelimo a "emboscada planificada" de que foi alvo, afirmando que, para ele, é "como se não tivesse acontecido nada" e indicando que está disponível para o diálogo.
A polícia negou o envolvimento no ataque e a Frelimo considerou que a emboscada foi uma "simulação" da Renamo, acusando o movimento de procurar "pretexto" para uma guerra.
Lusa – 15.09.2015