Enquanto o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, anda de distrito em distrito, na zona centro e norte do País, a fazer comícios populares com um teor de discurso violento, o seu negócio de exploração de minerais, sobretudo, de turmalinas está ao rubro.
BEIRA - O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, é titular de um número considerável de licenças de exploração mineiras, na Zambézia, Sofala e Manica, curiosamente em províncias onde declarou que já está a governar.
Durante a semana passada o repórter da FOLHA DE MAPUTO baseado na cidade da Beira, fez uma deslocação ao local onde Afonso Dhlakama, por intermediário do seu sobrinho, está a “facturar milhões de meticais” com a exploração de turmalina-rosa em Nhampassa, distrito de Barué, província de Manica.
Segundo populares entrevistados pela FOLHA, o negocio da turmalina-rosa já esteve no seu apogeu no inicio deste ano, altura em que garimpeiros invadiram o local para a aquisição deste mineral, o que levou a instalação destes mesmos garimpeiros (na sua maioria estrangeiros vindos dos grandes lagos). Quando Dhlakama tomou conhecimento de que a sua mina estava ser explorada clandestinamente, tratou de destacar um seu sobrinho e com algumas forças de segurança a acompanhá-lo para repor a ordem e viabilizar o negocio.
VIDA DE LUXO DE DHLAKAMA ENQUANTO OUTRA ALA MILITAR MENDIGA NAS MATAS
Afonso Dhlakama as vistas de muitos, apresenta-se como um individuo de poucas posses, mas há vezes que deixa escapar o “luxo” que o rodeia, enquanto ao mesmo tempo centenas de militares sofre nas matas.
Se de um lado temos Dhlakama que vive do bom e do melhor, pois tem pelo menos em cada província duas casas pessoais, recebe dinheiro do erário público e outros benefícios, centenas de seus militares encontram-se nas matas a espera de algo para mudar as suas vidas, aliás este é sem dúvida um dos problemas que eliminar Dhlakama não ajudaria a resolver.
De acordo com um jornalista que já acompanhou Dhlakama em várias campanhas eleitorais, o líder da Renamo gere sozinho o seu “saco azul” e sabe “cuidar bem” de jornalistas e sua segurança.
Entretanto a "força" de Dhlakama que está "abandonada" nas matas anda de comunidade em comunidade a pedir comida e o que muitas vezes o fazem, por exemplo, é entregar a título simbólico 100 meticais em troca de uma vaca. “Quando eles ( militares da Renamo) pedem, por exemplo ao dono do curral, uma cabeça e em contrapartida entregam apenas 100 meticais não nos resta outra alternativa que não seja aceitar”, relatou um membro da comunidade de Nhampassa.[MCM/Beira]
FOLHA DE MAPUTO – 27.09.2015