PENSAMENTOS E REFLEXÕES SOBRE OS TEMPOS DE GUERRA
`` EM ESPECIAL PARA OS ZAMBEZIANOS ``, A MINHA ENORME DECEPÇÃO EM RELAÇÃO AO NOSSO CONTERRANEO, BONIFÁCIO GRUVETA MASSAMBA
Corria o ano de 1969 numa bela manhã de Domingo em Nachingwea, não me recordo da data nem do mês, mas aconteceu que após o pequeno-almoço no refeitório que pertencia ao ESTADO-MAIOR DAS FORÇAS POPULARES (FPL) na presença de Samora Moisés Machel Presidente da Frelimo, Marcelino dos Santos, Joaquim Alberto Chissano, Alberto Chpande, Sérgio Vieira e outros quadros superiores do Partido Frelimo como era de habitual, dirigi-me ao dormitório para ler citações escritas por Mao-Tse-Tung em referência à guerra de guerrilha na China.
Era normal entre nós esta prática, porque sempre se aprendia alguma coisa, durante os breves momentos de descanso. Já no barracão, instalei-me no banco da varanda da caserna dos quadros estagiários, provenientes das Províncias em guerra de que eu também fazia parte e começei a ler.
Passado momentos, apareceu-me Bonifácio Gruveta Massamba, o que estranhei e me espantou pois não era costume este tipo de aparição, para mais eu não fazia muita confiança com ele. Assim que chegou ao pé de mim, perguntou-me se podia sentar- se ao meu lado para conversarmos!!?? Achei bem, e a minha resposta foi de que não havia problema nenhum. Em troca de palavras e por sermos Zambezianos, estava tranquilo com ele, pois ambos éramos Moya em dialecto da Zambézia, o que significa tio em Português e que ele agradeceu.
Puxei outro banco para junto do meu e o Gruveta calmamente sentou-se, sem que eu no entanto não estranhasse o facto, pois era muito raro que ele me procurasse como amigo. Começámos a trocar impressões, embora debaixo de certa desconfiança da minha parte. Era certo que vivíamos juntos naquele centro militar, comíamos no mesmo refeitório, dormíamos no mesmo barracão, mas no meu íntimo não significava confiança total. Contudo, sem saber quais seriam suas intenções e o que ele trazia na cabecinha para falar comigo aceitei o diálogo . As minhas suspeitas não caíram em saco roto, pois em vez de diálogo, começou por fazer-me perguntas:
1ª Diga-me comandante Zeca, como iniciaram a luta armada na Província de Tete?-Logo fiquei intrigado com a pergunta, mas fiquei tranquilo e à vontade porque tratava-se de um colega oficial como eu, comecei por lhe explicar, descrevendo todo processo da luta armada desde o seu começo e às dificuldades que tivemos até chegar ao dia das confrontações armadas com exército inimigo. Continuou interessado.
2ª pergunta, quis saber se a partir daquela Província de Tete haveria hipótese de se alastrar a luta armada até a Província Zambeziana!!?? Estranho que me apareceu, respondi-lhe positivamente que sim havia possibilidade de levar a luta armada até a Zambézia, fui buscar o mapa que tinha apontei a rota que eventualmente poderia vir a ser usada desde Furancungo, Chiuta, Zóbue Mutarara, até atravessar o rio Chire rumando na direção de serras de Morrumbala e daí iniciar a luta em toda a Zambézia. Ele aparentemente, disse-me que tirava o chapéu, a quem como eu pois acabava de verificar que tinha com ele um grande estratega para assumir a frente na luta da Zambézia. Éramos ambos oficiais das Forças Populares da armada para a Independência de Moçambique com o mesmo objectivo. Rimo-nos ambos e a conversa terminou quando nos chamaram para almoço naquele Domingo.
Depois do almoço que tinha começado a ser servido cerca das 12:00 e terminado às 14:00 horas, eu e outros quadros retiramo-nos e dirigimo-nos à caserna para descansar. Cerca das 15 horas do mesmo dia, qual não foi o meu espanto fomos convocados para uma reunião de urgência no Estado-maior. O alvo dessa reunião era o comandante Zeca Caliate, porque ia ser sumariamente julgado, porque tinha cometido uma infracção disciplinar e corria o risco de ser executado. Procurei saber em que é que se baseavam para tal acusação . Pois fôra exactamente a conversa tida de manhã com o meu conterrâneo Bonifácio Gruveta sobre o avanço da luta armada na Província de Tete para a Zambézia. O Juiz , foi o próprio Samora Moisés Machel e todo seu Estado-maior e alguns membros de comité central (CC) da Frelimo. Estavam presentes, os Camaradas Marcelino dos Santos, Joaquim Alberto Chissano, Alberto Chipande, Sebastião Marcos Mabote, Osvaldo Tazama, Pedro Odhala, Dinis Moiane quando ainda não tinha sido despromovido, presente estava também o assassinado mais tarde Francisco Manhanga, além do próprio Bonifácio Gruveta Massamba que se encontrava sentado ao lado de Samora Machel. Nesse dia eu comandante Zeca Caliate estava a beira de ser executado . Como era costume, estiveram a secretariar a reunião o Sérgio Vieira, Focas Assiculava, estes dois secretários pessoais de Samora Machel e finalmente o Rafael Maguni a gravar aquela reunião.
Fui severamente criticado por todos, mas soube defender-me prontamente ao mesmo tempo que apontava o dedo a Bonifácio Gruveta como fala-barato, irresponsável e de que tudo que viesse a acontecer-me, ele, é que iria se responsabilizado por aquele acto de falsidade e banditismo. Disse- lhe que eu não tinha medo de ninguém e que não estávamos nas minas de África do sul, onde os homens procuram agradar a uns e a outros. Quando lhe apontei essas acusações , começou a tremer e a chorar, como uma criança mimada. Essa reunião ficou registada nas actas de reuniões da história da Frelimo em Nachingwea e se houver algum curioso que duvide desta minha afirmação convido-o a procurar nos arquivos de 1969 onde foi lá tudo escrito , se é que esses arquivos não foram destruídos. A reunião terminou com 80% dos quadros presentes naquela reunião a favor de comandante Zeca Caliate. Até hoje, indivíduos como Sérgio Vieira, Joaquim Chissano e Alberto Chipande podem testemunhar pois lembram se muito bem desse acontecimento.
P.S. NÃO SE PODE NEGOCIAR COM UM PARTIDO LIDERADO POR UMA SEITA DE FRELIMISTAS
Joaquim Alberto Chissano, ex-Presidente da Frelimo e de Moçambique, tem sido um dos manipuladores da situação crítica que se vive em Moçambique hà mais de 40 anos debaixo da governação Frelimista. Ele e essa teia de Frelimistas, não desistem da fonte de benefícios que todos esses Mafiosos têm usufruído. Temos memórias bem vivas, que foram Joaquim Alberto Chissano e Afonso Dhlakama, que assinaram os acordos de Paz em Roma mas Chissano e a sua seita nunca cumpriram nem implementaram nenhuma clausula favorável ao acordo durante a sua governação e tudo continuou na mesma. Quando deixou a Presidência, transferiu os poderes para o seu sucessor A. E. Guebuza que acabou por destruir o pouco de bom que restava. ( A MUSICA ENTRETANTO CONTINUOU SEMPRE A MESMA NO SENTIDO DE QUEREREM DESARMAR A RENAMO ), para fazerem dela o que querem. Porque não se sentam então numa mesa de negociações onde possam acordar a desactivação simultânea das F.D.M. !!?? Poder-se-ia nesse sentido formar-se um exército único e capaz de servir o interesse de todos os cidadãos!!?? Os dirigentes da Frelimo, não querem isso, tentam desesperadamente torpedear e aldrabar Afonso Dhlakama e o seu Partido. Por isso o Presidente da RENAMO cansado de falsas promessas chamou a tudo isso uma brincadeira para crianças. A RENAMO hoje é um partido experiente e maduro. Não se deixem enganar. Por essa razão, hoje a maioria dos Moçambicanos orgulha-se e aplaude a decisão dos RESISTENTES e seu Presidente em criar bases de apoio ás populações indefesas e sujeitas ás prepotências das F.D.M. e U.I.R. que continuam a saquear os seus bens. Mais uma vez aqui deixo o meu apelo a ti soldado, filho do nosso Povo que não uses a tua arma contra os teus irmãos da RENAMO, agora que já sabes que na vila de Morrumbala vai ser ou já foi criada a 1ª base de resistência. Pensa e não te precipites em ataques que só resultam num mal Grave entre irmãos.
Zeca Caliate, General Chingòndo um dos sobreviventes da teia do mal Frelimo!
Europa, 06 de Setembro de 2015
(Recebido por email)
Vejam http://www.macua1.org/blog/caliate.htm
Brevemente mais notícias, aqui na sua VOZ DA VERDADE, que anteriormente não sabiam!
PS: Aqui está a minha caixa de correspondência, basta escrever para ZECA CALIATE, VOZ DA VERDADE, APARTADO Nº 11 LOJA CTT/PC PÓVOA DE SANTA IRIA - 2626-909 PÓVOA DE SANTA IRIA - PORTUGAL