O MEMBRO da Comissão Política e chefe da brigada central do partido Frelimo, afecto à província de Nampula, Filipe Chimoio Paúnde, considera incoerente o projecto da Renamo de querer governar nas províncias onde conseguiu um maior número de votos nas eleições gerais do ano passado.
Falando aos membros do seu partido na cidade portuária de Nacala, onde esteve em visita de trabalho, esta semana, Paúnde explicou que em nenhum momento as eleições de 2014 tinham em vista eleger partidos e/ou candidatos para dirigirem as províncias onde tivessem maior número de votos, porque no caso em apreço em Nampula a Renamo não ganhou em todos os distritos que comportam aquela unidade territorial.
“Aqui mesmo na província de Nampula, este indivíduo (Afonso Dhlakama) que diz que ganhou as eleições, não foi vencedor em Nacala-a-Velha, em Memba, Meconta, Muecate, Malema, Mecubúri, Lalaua, Ribáuè e Eráti. Por isso mesmo, não tem legitimidade para estar a dizer que quer governar esta região”, explicou Filipe Paúnde, questionando depois a validade dessa reivindicação da Renamo.
Defendeu, aliás, que as eleições de 2014 visavam a eleição do Presidente da República, dos deputados da Assembleia da República e dos membros das Assembleias Provinciais e o vencedor deveria ser aquele que à escala nacional obteria maior número de votos.
Numa outra abordagem, o dirigente da Frelimo exortou os moçambicanos para garantirem a manutenção da paz e participarem na consolidação da unidade nacional, para que o país continue a registar os actuais níveis de crescimento, como acontece presentemente em Nacala-Porto e noutros cantos de Moçambique.
“Não é preciso usar binóculos para ver o crescimento de Eráti, Nacarôa, Meconta, Monapo, Nacala-Porto e outros pontos do país durante estas últimas duas décadas. Por isso cada um de nós deve lutar pela manutenção desta paz, a partir das nossas famílias, para catalisar o desenvolvimento. A Frelimo quer que os professores leccionam com tranquilidade, os camionistas que transportam os produtos e bens circulem à vontade, os camponeses produzam nas machambas sem medo”, anotou Filipe Paúnde.
Manifestou ainda a disponibilidade do Presidente da Frelimo, Filipe Nyusi, de se encontrar para o diálogo franco e aberto, com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, assim como da delegação do Governo continuar a marcar presença no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, para falar da paz efectiva e duradoira, com os elementos da Renamo.
Paúnde condenou em termos severos os raptos e morte de pessoas portadoras de albinismo, considerando que estas práticas se devem unicamente a razões obscurantistas que pelo menos em Nacala-Porto levaram à morte de um albino e o aborto de rapto de um outro, para além da exumação de um corpo num cemitério local.
NOTÍCIAS – 30.10.2015